Administração Trump aprova novas sanções contra Venezuela

“Não ficaremos inertes enquanto a Venezuela se desmorona”, é referido no comunicado da Casa Branca que anuncia a proibição das negociações com alguns sectores públicos venezuelanos. Mais tarde, Nicolás Maduro considerou que estas medidas pretendem "asfixiar" a Venezuela.

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O decreto presidencial assinado por Donald Trump surge numa tentativa de "travar" a tirania do regime de Nicolás Maduro Reuters/YURI GRIPAS

O Presidente norte-americano Donald Trump assinou nesta sexta-feira um decreto presidencial que impõe “novas e fortes sanções financeiras” à “ditadura na Venezuela”, para pressionar o regime de Nicolás Maduro a travar a sua "tirania", segundo informou a Casa Branca em comunicado.

O decreto proíbe transacções de nova dívida e capital próprio feitas pelo governo venezuelano e pela sua empresa petrolífera do Estado, a Petróleos de Venezuela (PDVSA). “Estas medidas foram cuidadosamente ajustadas para negar à ditadura de Maduro uma fonte crucial de financiamento para manter o seu regime ilegítimo”, lê-se num comunicado emitido pela Casa Branca. “Não ficaremos inertes enquanto a Venezuela se desmorona”, é ainda referido no comunicado que anuncia a proibição das negociações com alguns sectores públicos venezuelanos.

Mais tarde, o Presidente venezuelano Nicolás Maduro reagiu ao anúncio das sanções dos Estados Unidos, considerando que as medidas têm como objectivo “asfixiar” o país e impedir que a Venezuela consiga fazer exportações para os EUA. Maduro referiu ainda, num comunicado transmitido pelas televisões, que estas medidas “praticamente” obrigam ao encerramento da unidade petrolífera norte-americana Citgo e anunciou que iria convocar uma reunião urgente com os clientes de petróleo dos Estados Unidos. 

A decisão dos EUA de aplicar sanções ao país governado por Maduro surge na sequência da imposição, pelo regime do Presidente venezuelano, da Assembleia Constituinte — com delegados definidos pelo regime, que foi a votos no fim de Julho e suplantou os poderes da assembleia que já existia e tinha delegados que faziam oposição a Maduro. A Casa Branca, em comunicado, diz que a Assembleia Constituinte é “ilegítima”.

Numa notícia publicada esta quinta-feira sobre a possível aplicação de sanções ao regime de Máduro, era referido que a estratégia aplicada pelos Estados Unidos pode ter um efeito oposto ao previsto, já que pode ser a “desculpa perfeita” para que os venezuelanos deixem de pagar as dívidas.

“O Governo pode optar por não pagar a dívida”, que é de mais de 100 mil milhões de dólares, disse Shamaila Khan, da consultora Alliance Bernstein, à agência Reuters. “Se o fizerem, ficam com mais recursos porque já não têm de pagar a dívida.” E nesse caso, “de um modo estranhamente inesperado, pode ajudar em vez de prejudicar [o regime]”.

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