Yota Phone, o telemóvel dos dois ecrãs, regressa com modelo de média gama

Marca russa nunca conseguiu apelar às massas com um segundo ecrã de tinta electrónica. Novo modelo estará à venda na Rússia e na China.

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Uma imagem promocional do Yota Phone 3 Yota
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O Yota Phone 2 tinha o preço de um topo de gama Maxim Shemetov/Reuters
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Putin a entregar um Yota Phone 2 a Xi Jinping Agência Sputnik/Reuters
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O primeiro Yota Phone Maxim Shemetov/Reuters

A operadora russa Yota apresentou a terceira versão do atribulado telemóvel com dois ecrãs. O novo aparelho foi lançado para os consumidores na Rússia e na China e, depois das dificuldades do antecessor, a empresa decidiu apontar para o segmento de média gama.

A revelação do telemóvel foi feita num local invulgar: a embaixada russa em Pequim. O evento foi transmitido por uma televisão russa. Não é, porém, a primeira vez que o Yota surge num contexto diplomático. Em 2014, o Presidente russo Vladimir Putin ofereceu um aparelho ao homólogo chinês, Xi Jinping. 

O conceito do Yota Phone deu que falar, mas a empresa nunca conseguiu massificar as vendas. Em 2013, quando a primeira versão foi lançada, a marca recebeu elogios por tentar algo diferente. Em vez de competir na qualidade da câmara ou na velocidade do processador, o telemóvel tinha um ecrã de tinta electrónica na parte traseira. Este não era um ecrã sensível ao toque. O utilizador podia replicar o ecrã frontal no segundo ecrã e assim ter informação sempre disponível, praticamente sem gastar bateria. Era útil, por exemplo, para ter um mapa sempre à mão, os bilhetes de avião prontos a passar no leitor do aeroporto ou simplesmente para ler um artigo de jornal.

Os elogios da imprensa especializada, porém, acabavam no conceito. Uma crítica frequente na imprensa especializada era a qualidade do ecrã de tinta electrónica, especialmente quando comparado com leitores dedicados, como o Kindle, da Amazon. Outro problema era a falta de aplicações compatíveis: era possível ler livros da loja da Yota, mas os da Amazon não estavam disponíveis. E as especificações técnicas do aparelho não eram impressionantes.

A segunda geração do Yota Phone tentou ir ao encontro das falhas apontadas pelos críticos. O ecrã de tinta electrónica passou a ser sensível ao toque, podendo ser usado com qualquer aplicação. As características (e o preço) colocavam-no no patamar da gama alta. O design causava menos estranheza (o primeiro modelo tinha um formato pouco usual e a câmara traseira estava na parte de baixo do aparelho). Ainda assim, o melhorado ecrã de tinta electrónica não tinha uma qualidade comparável à dos leitores de livros electrónicos.

O Yota Phone não chegou oficialmente a alguns mercados importantes, como é o caso dos EUA. A fabricante ainda tentou uma campanha de financiamento colectivo para levar o telemóvel aos consumidores americanos, mas, apesar de ter conseguido angariar o dinheiro, acabou por desistir dos planos devido ao que chamou então dificuldades logísticas. O telefone, contudo, era relativamente fácil de encontrar em sites de venda online, como o eBay, por um preço significativamente inferior ao do lançamento.  

A terceira versão do Yota Phone tem um ecrã super amoled de 5,5 polegadas, capacidade para dois cartões SIM, 4GB de RAM, uma câmara traseira com 13 megapixeis e uma dianteira com 12 megapixeis. Os preços oscilarão entre aproximadamente 300 e 380 euros, consoante se trate da versão com 64GB ou 128 GB de memória.

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