PSP investiga donos de cão visto a puxar uma charrete para crianças no Algarve

A PSP está à procura de um casal suspeito de maus-tratos a um cão, visto a puxar uma charrete em Vila Real de Santo António, na quarta-feira. Segundo a queixa, os donos estariam a vender um passeio por três euros

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DR/ Facebook

A PSP está a investigar uma denúncia de maus-tratos a um cão que foi visto na passada quarta-feira, 23 de Agosto, ao final da tarde, a puxar uma charrete em Vila Real de Santo António, no Algarve, disse ao P3 o chefe da PSP, Paulo Néné.

Segundo Carla Oliveira, advogada e autora da queixa, um homem e uma mulher, que falavam português, andavam a passear com o cão próximo de parques para actividades infantis, na Praça Marquês de Pombal, no centro da cidade enquanto “aliciavam crianças para andar na charrete”. Alegadamente, o casal terá dito a um rapaz, de 11 anos, que a travessia teria um custo de três euros, preço que baixava para os dois euros e meio caso fossem duas crianças em simultâneo.

“Reparámos num casal que trazia um cão parecido com um labrador, mas que estava sem ânimo, com língua de fora e cauda baixa e tinha atrelado uma charrete almofadada e com um estilo antigo”, disse a advogada, por telefone, ao P3. “Quando nos viu a tirar fotografias, o senhor acenou para irmos tirar fotografias com eles e chamou as crianças, com mais de cinco anos, [os filhos da advogada e de outro casal que estava com eles], para irem andar.”

O casal ainda não foi identificado, mas, segundo o chefe da PSP de Vila Real de Santo António, a polícia “vai estar atenta a esta suspeita criminosa” e tentar encontrar “os alegados responsáveis em flagrante delito”, o que na quarta-feira não foi possível, uma vez que a denúncia foi feita posteriormente à ocorrência da situação.

A PSP já comunicou o caso ao Ministério Público, numa email que foi enviado com o testemunho da queixosa e com fotografias tiradas na quarta-feira pela mesma, como prova da situação. O P3 tentou contactar a Procuradoria-Geral da República, não tendo obtido resposta em tempo útil.

A Associação Animal também enviou uma queixa para o Ministério Público, depois de ter tomado conhecimento do caso durante a tarde desta sexta-feira. Rita Silva, presidente da associação que defende os direitos dos animais, disse que foi a “primeira vez que receberam uma denúncia de um caso deste género”. A organização, que se opõe “à utilização de charretes puxadas por qualquer tipo de animal”, acrescenta que o caso ganha contornos “absolutamente surreais” por se tratar de um cão, “com quem as pessoas têm uma ligação mais emocional”. A presidente também estende a queixa para as pessoas que já poderão ter pago por uma travessia.

Entretanto, um post com a denúncia e que contém fotografias a acompanhar o relato da situação já foi partilhado mais de duas mil vezes no Facebook, o que leva a PSP a crer que os suspeitos não sejam vistos próximos do local esta sexta-feira.

Artigo actualizado às 20h54 

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