Autarca de Figueiró pede apoio para elaboração de candidaturas de agricultores afectados pelos incêndios

Cerca de 300 agricultores ficaram com prejuízos superiores a cinco mil euros.

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LUSA/Nuno Andre Ferreira

O presidente da Câmara de Figueiró dos Vinhos considerou esta quarta-feira que seria "extremamente útil" caso fossem alocados recursos humanos para ajudar agricultores afectados pelos incêndios a fazerem candidaturas a fundos comunitários.

"Esse apoio, se vier, é extremamente útil. Se vier, até são pessoas com algum know how e especificidade sobre as matérias e é óbvio que só vêm ajudar", afirmou o presidente do município de Figueiró dos Vinhos, Jorge Abreu, que falava aos jornalistas à margem de uma sessão de esclarecimentos a empresários e agricultores afectados pelo incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande, em Junho, e que provocou a morte a 64 pessoas, além de mais de 200 feridos. Segundo Jorge Abreu, também as autarquias de Castanheira de Pera e Pedrógão Grande já solicitaram esse apoio.

Ao todo, há cerca de 300 pessoas com prejuízos acima dos cinco mil euros na área da agricultura, sendo necessário colectarem-se e apresentarem uma candidatura ao Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) para poderem receber o apoio.

Quanto mais pessoal houver para ajudar essas pessoas a elaborarem as candidaturas - a maioria idosas - "mais possibilidades" existem de minimizar o tempo que demoram a receber o apoio, sublinhou o autarca.

No entanto, Jorge Abreu mostrou-se confiante relativamente ao futuro, visto que as dificuldades apresentadas pelos autarcas têm tido resposta por parte do Governo, "de forma rápida e ágil", estando "em crer" que o mesmo vai acontecer com esta questão.

"É importante as pessoas não perderem a motivação para continuarem a sua pequena actividade. O processo não se deve prolongar no tempo, senão perde-se essa mesma motivação e é isso que não queremos que aconteça", salientou o autarca.

Na sessão que decorreu na segunda-feira, em Pedrógão Grande, vários agricultores mostraram-se revoltados e frustrados com o processo de apoio, especialmente quando os prejuízos totalizam um valor superior a cinco mil euros e obrigam a apresentação de uma candidatura.

A larga maioria das pessoas afectadas praticam agricultura de subsistência e não estão colectadas.

Os agricultores com prejuízos até ao montante dos cinco mil euros são indemnizados a 100% através de um processo simplificado, estando já em pagamento as ajudas aos cerca de 400 agricultores que registaram prejuízos de valor inferior a 1053 euros, informou na segunda-feira o Ministério da Agricultura.

Já os cerca de 300 agricultores que registaram prejuízos superiores a cinco mil euros recebem 100% a fundo perdido dos primeiros cinco mil euros e 50% do restante.

O responsável por um gabinete de contabilidade em Figueiró dos Vinhos, José Carlos Agostinho, assistiu à sessão de esclarecimento, tendo algumas solicitações a nível empresarial e particular de pessoas que "precisam de ajuda para receber alguns apoios" e que procuram perceber como podem ser ressarcidas.

"As coisas já estão a andar a um bom ritmo", notou. "Nestas situações, as pessoas querem tudo com a maior brevidade possível, mas é compreensível que as coisas tenham algumas regras", frisou, considerando que o processo tem vindo a tornar-se mais simplificado e mais ágil.

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