Polícia catalã concentra buscas num suspeito

Hoje é dia de homenagem às vítimas. António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa participaram em missa na Sagrada Família.

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Homenagem às vítimas dos ataques de Barcelona
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Homenagem às vítimas dos ataques de Barcelona SUSANA VERA/Reuters
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António Costa entre os responsáveis de Espanha, Catalunha e Barcelona, Mariano Rajoy, Carles Puigdemont, António Costa, Ana Pastor, Soraya Saenz de Santamaria, e Ada Colau Sergio Barrenechea/EPA
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Marcelo Rebelo de Sousa e os reis de Espanha SERGIO PEREZ/Reuters

A polícia da Catalunha disse que as buscas estão centradas num só homem, mas não confirma que este tenha sido o condutor da carrinha que atropelou uma multidão na Rambla, matando 13 pessoas e deixando mais de 130 feridas. 

O chefe da polícia da Catalunha (Mossos d'Esquadra), Josep Lluis Trapero disse, em conferência de imprensa para os jornalistas estrangeiros em Barcelona, que não havia ainda informação suficiente para dizer com certeza quem foi o condutor da carrinha. A uma questão sobre se poderia já ter passado a fronteira para França, respondeu que a hipótese não podia ser descartada, mas concluiu: "Se soubéssemos onde está, iriamos lá apanhá-lo".

Trapero manteve, no entanto, que a célula responsável pelos ataques teria 12 membros e que o facto de haver mais suspeitos não quer dizer que a célula fosse maior. "Dizemos que estamos a procurar três suspeitos, porque não sabemos quem é a pessoa que nos falta", declarou. "Das três pessoas que procuramos, quase de certeza que duas morreram [em Alcanar]."

O responsável da polícia confirmou entretanto que foram encontrados os restos mortais de duas pessoas na casa Alcanar que explodiu quando o grupo tentava preparar explosivos, na véspera dos ataques - mais, confirmou que no local há vestígios para explosivos como os que já foram usados noutros atentados do Daesh na Europa, mais sofisticados e potentes do que as botijas de gás.

Essa explosão deixou logo um morto e um ferido, que está internado – e é certo que os novos vestígios biológicos encontrados não pertencem a nenhum deles. Assim, é provável que estivessem no local uma ou mais pessoas ligadas ao ataque.

Além dos três mortos e do ferido em Alcanar, e de mais pessoas que pudessem estar na casa, morreram os cinco atacantes de Cambrils, atingidos a tiro pela polícia quando tentavam atacar pessoas. O plano destes seria atacar com facas as pessoas que estavam no local, e atropelaram algumas, matando uma mulher, antes de serem mortos. As autoridades detiveram quatro pessoas, três em Alcanar (incluindo o ferido na explosão na casa) e um em Ripoll.

Antes, um porta-voz da polícia disse que as autoridades concentram as buscas em Younes Abouyaqoub, 22 anos, que tem sido indicado como o provável condutor da carrinha, mas não referiu Abdelbaki Es Satty, imã de Ripoll que poderia ser o líder e instigador dos ataques, nem Youssef Aalla, irmão de um dos atacantes de Cambrils, onde houve uma 14ª vítima, que o diário El País dizia estarem  a ser procurados. 

O chefe da polícia respondeu também a uma pergunta sobre o processo de radicalização dos integrantes da célula, dizendo que não há certezas, mas que este parece não ter acontecido nem em escolas nem em mesquitas. Trapero disse ainda: "Não vamos criminalizar as mesquitas, é o local onde as pessoas vão rezar", declarou.

A polícia não quer especular sobre quais poderiam ser os planos, mas Trapero disse acreditar que os ataques estariam a ser planeados "há muitos meses" e que o objectivo era "pelo menos um atentado".

Entretanto, esta manhã, celebrou-se uma missa pela paz na basílica da Sagrada Família. Pariticiparam o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, os reis de Espanha, e vários responsáveis de outros países, incluindo o Presidente português Marcelo Rebelo de Sousa e o primeiro-ministro António Costa. 

Foi "uma cerimónia muito comovente", disse Marcelo Rebelo de Sousa em declarações aos jornalistas já nas Ramblas, onde foi "tomar um café" com Costa. Marcelo diz que foi sublinhada a mensagem "da importânica da paz e da justiça" e da unidade face ao terrorismo. Costa, na avenida palco do primeiro atentado da ofensiva extremista de quinta-feira na Catalunha, sublinhou a importância de não deixar que a ameaça do terrorismo global altere o modo de vida.

Entre os mortos do atentado em Barcelona há vítimas de 35 nacionalidades. Duas portuguesas, uma mulher de 74 anos e a sua neta de 20, morreram no ataque, reivindicado pelo Daesh

As autoridades anunciaram a identificação de mais três vítimas mortais; no total, foram identificadas 12 das 14 vítimas dos ataques. Uma era Julian Cadman, sete anos, australiano nascido no Reino Unido. Esteve dado como desaparecido a seguir ao atentado, e chegou a avançar-se que tinha sido encontrado com vida, uma informação mais tarde desmentida. 

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