PSD acusa Costa de “socratismo”

Líder parlamentar do PSD reage a entrevista de primeiro-ministro. PCP e BE também

Foto
Hugo Soares, líder parlamentar do PSD, criticou o primeiro-ministro Daniel Rocha

Reagindo à entrevista do primeiro-ministro, António Costa, ao Expresso, o líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, disse este sábado à Lusa que “a periodização das obras públicas como factor de competitividade do país é algo que deixa o PSD manifestamente preocupado”. Hugo Soares defendeu que “o país estava afinado contra a prioridade das obras públicas, este é o regresso ao socratismo”, acrescentando: “Anunciar obras públicas como prioridade para o país é voltar aos tempos do engenheiro Sócrates e nós, isso, não queremos e creio que o país também não quer.”

Já o líder do PCP, Jerónimo de Sousa considerou que o primeiro-ministro, “com certeza, é um homem de grande fezada”, pois “acha que o PSD pode fazer uma reciclagem” e concluiu: “Acho que essa questão do pacto, o PS continuará a confiar nas boas vontades e na boa disposição do PSD, não percebendo nós, como é que o responsável pela paragem das obras públicas, pela destruição das nossas infraestruturas, pela sua degradação, é a solução de parceria.”

A líder do BE, Catarina Martins, defendeu que “mais do que consensos entre PSD e PS, o que é preciso é que haja um grande debate público sobre as infraestruturas” e insistiu na ideia de que “os grandes investimentos do Estado devem ser objecto de um grande debate público, de uma grande discussão pública” porque os “investimentos infraestruturais têm efeitos de décadas no país e têm efeitos em todo o país”.

Na entrevista, António Costa defendeu que, após as eleições autárquicas, se abra “uma segunda parte da legislatura”, para a qual é “fundamental” um acordo com o PSD para definir a estratégia para os novos fundos estruturais e para investimentos em obras públicas. A grande prioridade é a definição da “estratégia nacional para o Portugal pós-2020”, incluindo um novo acordo com a União Europeia para fundos comunitários. O grande objectivo é que o “programa dos grandes investimentos em obras públicas seja aprovado por dois terços na Assembleia da República”, afirmou António Costa.

 

Sugerir correcção
Ler 26 comentários