Junta de Freguesia avisara já em 2014 para o risco das árvores centenárias

Três ofícios, o primeiro em 2014 e o último em Julho passado, pediam à câmara que actuasse na zona. Autarquia diz que não sabia de nada.

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HOMEM DE GOUVEIA/LUSA

A Junta de Freguesia do Monte alertou a Câmara Municipal do Funchal (CMF) para o risco que representavam as árvores do Largo da Fonte, pelo menos em três ocasiões. Idalina Silva, presidente da junta, explicou ao PÚBLICO que desde 2014 alertava a autarquia para a necessidade de uma intervenção naquela zona. “São árvores centenárias e como tal precisam de uma atenção especial.”

Os alertas foram feitos em Janeiro de 2014, Março de 2016 e a 5 de Julho deste ano, disse, no seguimento da queda de um galho de um plátano no Largo da Fonte. A autarca, eleita pelo PSD, mostra os ofícios trocados com a CMF, gerida pelo independente Paulo Cafôfo, com o apoio de uma coligação de partidos liderada por PS e BE. Durante uma conferência de imprensa ao final da tarde, Cafôfo negou que a câmara tivesse sido alertada para o risco de queda do carvalho, que vitimou 13 pessoas, vincando que a árvore em causa estava em terrenos privados.

A presidente da junta rejeita a explicação. “Aqueles terrenos integram o Parque Leite Monteiro, pertencem à Diocese do Funchal, mas foi sempre a câmara que foi responsável pela manutenção”, afirma, dizendo que no primeiro ofício, a junta pede atenção a toda a vegetação das zonas do Largo da Fonte e das Babosas. “Ninguém gosta de dizer que avisou, mas a verdade é que avisámos”, lamenta, acrescentando que mesmo as árvores que estão plantadas dentro do Largo da Fonte, estão em mau estado.

“Estão escoradas por um cabo de aço. O mínimo era cortar os galhos para aliviar o peso”, notou a autarca de uma freguesia que tem sido martirizada por vários incidentes trágicos nos últimos anos. Em 2010, foi das mais atingidas pelas cheias. Dois anos depois sofreu os incêndios, que voltaram em Agosto do ano passado a deixar um rasto de destruição.

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