Xi pede contenção a Trump, dizem media chineses

Líder chinês falou pela primeira vez com Trump desde que estalou a troca de ameaças entre os EUA e a Coreia do Norte.

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Xi Jinping e Donald Trump durante o encontro na Florida, em Abril Reuters/CARLOS BARRIA

O Presidente chinês, Xi Jinping, tentou desanuviar a tensão entre os EUA e a Coreia do Norte, durante um telefonema que manteve com Donald Trump na noite passada. 

Na primeira ocasião em que Xi falou directamente com o Presidente norte-americano desde o mais recente episódio de confronto entre os EUA e a Coreia do Norte, o líder chinês recomendou "às partes relevantes" que "evitem comentários e acções que possam acentuar a tensão na Península Coreana", de acordo com um comunicado divulgado pela agência Nova China.

"As partes relevantes devem promover a resolução da questão através do diálogo e da negociação, para alcançar uma solução política", afirmou Xi. "A China está disponível para manter contactos próximos com os Estados Unidos, tendo como base o respeito mútuo", acrescentou.

O comunicado da Casa Branca que dá conta do telefonema não refere o apelo deixado por Xi Jinping. Revela apenas que os dois líderes "concordaram que a Coreia do Norte deve cessar o seu comportamento provocatório".

Trump tem insistido que a China deve usar a influência que detém sobre a Coreia do Norte, de que é o principal parceiro comercial, para pressionar o regime a abandonar o seu programa nuclear e entrar em negociações. No fim-de-semana passado, a China apoiou no Conselho de Segurança da ONU uma nova ronda de sanções contra Pyongyang.

Os pedidos de contenção também chegam da Europa. Na sexta-feira, a chanceler alemã, Angela Merkel, disse que "um subida da retórica é uma resposta errada" ao problema nuclear na Coreia do Norte. O Presidente francês, Emmanuel Macron, pediu "a todas as partes que ajam de forma responsável e evitem qualquer agravamento da tensão". O chefe da diplomacia britânica, Boris Johnson, disse que Londres está "a trabalhar com os EUA e os parceiros na região para conduzir esta crise para uma solução diplomática".

A tensão na região pode agravar-se à medida que se aproximam os grandes exercícios militares conjuntos realizados todos os anos entre os EUA e a Coreia do Sul, marcados para 21 de Agosto.

No centro das atenções mundiais passou a estar a pequena ilha de Guam, no Pacífico, que é o alvo da mais recente ameaça norte-coreana. Depois de Trump ter declarado que iria largar "fogo e fúria" sobre a Coreia do Norte, Pyongyang decidiu desafiar os EUA e prometeu bombardear a ilha onde estão sedeadas duas bases militares norte-americanas.

Trump tenta agora tranquilizar as autoridades de Guam e telefonou ao governador, Eddie Calvo. "Estamos com vocês a mil por cento. Vocês estão seguros", garantiu o Presidente dos EUA.

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