No Brasil há sol, praia... e sereias

Reuters/PILAR OLIVARES
Fotogaleria
Reuters/PILAR OLIVARES

Quando está dentro de água, Carol Catan raramente passa despercebida. Não só pelo seu cabelo ruivo comprido, mas porque se transforma numa das criaturas marinhas míticas mais bonitas: uma sereia.

A sua cauda, feita de lantejoulas, tem um verde brilhante, às vezes platinado, outras vezes já rosa. E as crianças adoram. Há cinco anos, Carol – que era veterinária há uma década – decidiu mudar de profissão e encarnar a personagem de uma sereia – e até mesmo dar aulas de “mermaiding”, ou seja, de como ser uma sereia. A maior parte do tempo é passado em festas e eventos para os quais é paga pela sua presença. No Verão, é contratada para entreter o público em aquários. Mas o que Carol mais gosta de fazer – fora das horas de trabalho – é visitar crianças nos hospitais, levando a sua cauda atrás.

Após entrar na Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), em São Paulo, Carol veste a sua cauda comprida e senta-se numa cadeira de rodas. Vai percorrendo assim as salas da associação, de encontro a várias crianças com deficiências motoras, às quais arranca logo um sorriso. “Elas sentem-se incluídas, acarinhadas”, diz Carol. “É um acto muito bonito e gratificante”.

Não há um dia que Carol não coloque a “cauda” na água, onde consegue aguentar até quatro minutos debaixo de água sem respirar. A admiração pela figura das sereias veio desde muito cedo, quando ainda era criança. Carol lembra-se de nadar com as pernas juntas mas foi ao ver o filme Splash, de 1984, onde a actriz Daryl Hannah dá corpo a uma sereia com cabelo longo loiro e cauda vermelha, que o seu interesse aumentou. “Não foi por causa do cabelo comprido”, diz Carol. “Foi mesmo por causa da sua cauda enorme. Achava-a incrível”.

Mas Carol não é a única “sereia” no Brasil. Como ela, há muitas mulheres cuja profissão é vestir-se de sereia e também ensinar jovens raparigas a tornarem-se numa.

Após uma crise pessoal, há quatro anos, Thais Picchi mergulhou no mundo das sereias, onde continua até ao momento. A antiga dançarina de ballet começou pelo mergulho, passou por aulas de dança subaquática, até vestir uma cauda de sereia, tudo como forma de reduzir o stress. No ano passado, Thais participou num curso nas Filipinas, onde aprendeu algumas formas de mergulho livre e técnicas para agir como uma sereia. Actualmente, é professora no seu país.

"Apaixonei-me por isto", diz Thais, reconhecendo que muitos dos seus clientes associam as sereias a beleza, sensualidade, liberdade e maternidade.

Mas a paixão pelo mundo das sereias não se restringe ao Brasil, existem cursos de como ser sereia até no Texas, nos Estados Unidos.  Há mesmo quem se questione se o “mermaiding”, ou a arte de ser sereia, será a próxima moda de fitness.

Alunas preparam-se para a aula de “mermaiding” (como ser sereia) na praia no Rio de Janeiro, Brasil
Alunas preparam-se para a aula de “mermaiding” (como ser sereia) na praia no Rio de Janeiro, Brasil Reuters/PILAR OLIVARES
Reuters/PILAR OLIVARES
Reuters/PILAR OLIVARES
Reuters/PILAR OLIVARES
Reuters/PILAR OLIVARES
Reuters/PILAR OLIVARES
Reuters/PILAR OLIVARES
Carol Catan visita uma criança num hospital
Carol Catan visita uma criança num hospital Reuters/PILAR OLIVARES
Reuters/PILAR OLIVARES
Reuters/PILAR OLIVARES
Alunas durante uma aula de “mermaiding”
Alunas durante uma aula de “mermaiding” Reuters/PILAR OLIVARES
Reuters/PILAR OLIVARES
Reuters/PILAR OLIVARES
Reuters/PILAR OLIVARES