Yulimar Rojas, a atleta venezuelana que não desiste

Yulimar Rojas celebrou com euforia a conquista da primeira medalha de ouro em Mundiais de Atletismo para a Venezuela Reuters/KAI PFAFFENBACH
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Yulimar Rojas celebrou com euforia a conquista da primeira medalha de ouro em Mundiais de Atletismo para a Venezuela Reuters/KAI PFAFFENBACH

Yulimar Rojas deu à Venezuela a primeira medalha de ouro em Mundiais de atletismo. A atleta do triplo salto já tinha feito história nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro ao arrecadar a primeira medalha olímpica para o seu país. Nessa altura, perdeu para a colombiana Caterine Ibarguen, num duelo sul-americano que já se vai tornando habitual. Agora, nos Mundiais de atletismo em Londres, conquistou o ouro derrotando a rival. A vitória de Rojas na final de triplo salto chegou com a marca de 14,91 metros, apenas mais 2 cm do que Ibarguen, de 33 anos, que lutava pelo terceiro título mundial consecutivo.

Aos 21 anos,Yulimar Rojas festejou efusivamente a vitória que ambicionava e dedicou a medalha à Venezuela, que vive mergulhada numa crise social, económica e política. O presidente Nicolas Maduro deu os parabéns à atleta através do Twitter: "Que grande orgulho ao ver a vitória da nossa Yulimar Rojas, uma atleta gloriosa de uma geração de ouro."

Na conferência de imprensa após a conquista do ouro em Londres, Rojas descreveu a final como uma batalha contra a rival colombiana: "Mas eu sou uma atleta que nunca desiste”, disse Rojas. As perguntas sobre a Venezuela e a crise que se adensa no país não faltaram. “É uma grande vitória para o meu país. Tenho a certeza de que estão a celebrar. Estou triste com o que está a acontecer no meu país, que é um país maravilhoso… Sei que um dia tudo vai terminar, toda esta luta e guerra entre irmãos”, afirmou a atleta. “Espero ter deixado o meu país orgulhoso”.

O jornal El Mundo escreve que, em Londres, Rojas não quis alongar-se mais sobre a situação política na Venezuela. A atleta tem recebido acusações dos dois lados da barricada: tem sido acusada de apoiar o governo de Nicolas Maduro - de acordo com o El Mundo terá recebido um carro e 150 mil bolívares (cerca de 13 mil euros) de fundos nacionais após a prestação nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Outras vozes asseguram que se tem juntado ao coro de protestos por falta de apoios à modalidade. O apoio à actividade desportiva foi uma aposta do governo do mandato do presidente Hugo Chavez, mas nos últimos anos a crise financeira interrompeu esse investimento, deixando muitos atletas sem apoios. 

Aos 14 anos, e já então com 1,92 metros de altura, Rojas entusiasmou-se com a selecção de voleibol durante os Jogos Olímpicos de Beijing. Mas quando quis juntar-se a uma equipa na sua comunidade descobriu que não havia treinadores de voleibol, apenas de atletismo. E esses viram de imediato o potencial da atleta, que nasceu em Caracas mas cresceu em Anzoátegui.

Rojas é desde 2016 atleta do FC Barcelona, em Espanha, onde é treinada pelo cubano Ivan Pedroso, antigo campeão olímpico do salto em comprimento, no mesmo grupo que o português Nelson Évora (que em Setembro do ano passado deixou João Ganço após 25 anos de trabalho em conjunto).

"Yulimar é muito jovem e tem um potencial enorme para ser a número 1 do mundo durante muitos anos”, disse o treinador do Barcelona em Novembro do ano passado, altura em que Rojas assinou pelo clube espanhol.

 

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Duelo sul-americano: Rojas derrotou a rival colombiana Caterine Ibarguen
Duelo sul-americano: Rojas derrotou a rival colombiana Caterine Ibarguen Reuters/KAI PFAFFENBACH
Rojas com o treinador Ivan Pedroso
Rojas com o treinador Ivan Pedroso Reuters/PHIL NOBLE
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LUSA/DIEGO AZUBEL
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