Quinta Alegre do século XVIII aberta para visitas guiadas depois do restauro

A partir da próxima quinta-feira, a Quinta Alegre, em Lisboa, recebe um ciclo de visitas guiadas gratuitas. A Santa Casa da Misericórdia organizou também uma exposição que mostra as fases da reabilitação e história do antigo solar de veraneio dos marqueses do Alegrete.

Foto
As visitas guiadas surgem após as obras de restauro do palácio e do jardim. Rui Gaudencio

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) realiza, na próxima quinta-feira, uma visita guiada à Quinta Alegre, na Charneca do Lumiar, em Lisboa, que foi solar de veraneio dos marqueses do Alegrete.

A visita, orientada por Isabel Guedes, surge depois de mais de um ano de obras de restauro do palácio e do jardim de traça romântica, e inicia um ciclo de visitas gratuitas à Quinta Alegre, todas as quintas-feiras, a partir das 10h30, ou em grupos organizados, durante os dias da semana, das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 16h30.

Paralelamente, está patente a exposição Quinta Alegre — De Pessoas para Pessoas, que dá "a conhecer as referidas fases deste grande projecto de reabilitação, assim como uma breve história da quinta, as valências e os conceitos que integram e explicam esta obra emblemática", segundo informação da instituição de solidariedade social, que acrescentou que ali "serão criadas três unidades: a unidade social, na zona do palácio do Marquês de Alegrete e do Jardim Romântico; a unidade assistida, para pessoas seniores com uma ocupação e para reformados da Santa Casa; e a unidade residencial, para pessoas que precisem de uma residência provisória".

A unidade assistida, com capacidade para 60 pessoas, "acolherá os reformados da Santa Casa", e a unidade residencial para jovens, a última a ser construída, inclui áreas lúdicas e culturais, abertas à comunidade, segundo a SCML.

A Quinta Alegre, classificada como Imóvel de Interesse Público, foi adquirida pela SCML em 1983. A origem da quinta remonta ao século XVIII, quando foi estabelecida por Manuel Teles da Silva (1641-1709), 1.º marquês do Alegrete e 2.º conde de Vilar Maior, que ali mandou construir um palácio e um jardim.

Segundo informação da Direcção-Geral do Património (DGPC), este é um palácio de dois pisos, "tardo-barroco de planta longitudinal rectangular", construído frente a um campo de amoreiras, e decorado por "silhares de azulejos pombalinos, com a técnica do esponjado, e neoclássicos, com padrões vegetalistas".

A DGPC realça ainda as "pinturas murais neoclássicas nas paredes e tectos, algumas em trompe l'oeil [técnica artística que cria uma ilusão de óptica], de estuque sobre sanca curva, com elementos geométricos, fitomórficos, pormenores arquitectónicos, mitológicos, aves e frutos". Estes elementos "apresentam afinidades com as pinturas murais da Quinta da Francelha [em Loures] e do Palácio dos Marqueses de Angeja [actual Museu Nacional do Traje, no Lumiar, em Lisboa] e com a Casa Nobre da Rua de Avis [em Évora]". Na área de jardim, a DGPC realça os "bancos-conversadeiras forrados a azulejos, formando miradouro sobre a propriedade", e o lago artificial.

Segundo nota da SCML, uma das suas "grandes preocupações" foi, "durante a primeira fase desta obra, garantir a integridade dos elementos construtivos e artísticos, respeitando os materiais originais e restaurando pormenores decorativos, especialmente os frescos".

Sugerir correcção
Comentar