Gelson Martins não se deixou encandear

Sporting entrou a ganhar no campeonato, ao obter um triunfo no terreno do recém-promovido Desportivo das Aves com um “bis” do internacional português.

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Gelson Martins brilhou LUSA/OCTAVIO PASSOS

Olá de novo, já tínhamos saudades. O campeonato regressou passados dois meses e meio e a Vila das Aves tornou a fazer parte do mapa do principal escalão do futebol português dez anos depois. Pelo terceiro ano consecutivo, o Sporting entrou a ganhar no campeonato (0-2), graças a dois golos de Gelson Martins que deram à equipa de Jorge Jesus o triunfo sobre o recém-promovido Desportivo das Aves.

Podia ter sido um final de tarde na praia, podia ter sido um pôr-do-sol, e os dois treinadores bem podem queixar-se de terem ficado encandeados pela luz forte nos olhos — Ricardo Soares e Jorge Jesus, em simetria, usavam uma mão para fazer sombra e a outra para dar indicações. Mas houve um astro que brilhou mais intensamente do que o sol: Gelson Martins não se deixou encandear e foi o protagonista do triunfo “leonino”, assinando os dois golos de um Sporting renovado quase pela metade. Perante um adversário em construção, que teve nada menos do que dez reforços na equipa titular, o Sporting apresentou novidades na defesa e no ataque. Jorge Jesus apostou em cinco caras novas no “onze” — Piccini, Mathieu, Fábio Coentrão, Bruno Fernandes e Acuña — e a equipa respondeu de forma positiva, controlando a partida durante largos períodos sem permitir grandes situações de perigo ao Desportivo das Aves.

No sector mais recuado Coates foi o único “sobrevivente” da época passada, enquanto Bruno Fernandes jogou no apoio a Bas Dost e Acuña atacou pelo lado esquerdo. Entre as caras novas, o argentino foi quem mais se destacou, com a assistência para o primeiro golo de Gelson Martins e um disparo à trave a abrir o segundo tempo.

Enquanto o sol descia no horizonte, Acuña avançava junto à linha e num contra-ataque fulminante o argentino ofereceu o primeiro golo a Gelson Martins. O passe deixou o internacional português em posição privilegiada que, após passar por Rodrigo Soares, ensaiou o remate. O “tiro” até saiu fraco mas deixou Adriano Fachini em contrapé. A bola entrou lentamente na baliza avense e estava feito o primeiro golo do campeonato. E a vantagem só não era maior ao intervalo porque Diego Galo foi rápido a reagir, após defesa incompleta de Adriano Fachini a livre de Adrien Silva, evitando que Bas Dost fizesse o segundo.

Com Salvador Agra e Guedes como homens mais perigosos, o Desportivo das Aves reagiu de forma tímida. Apesar de ter sido mais rematadora na primeira parte (nove tiros contra seis do Sporting), a equipa de Ricardo Soares mostrou pior pontaria (dois remates enquadrados contra três dos “leões”). E também não aproveitou o abrandamento “leonino” no início do segundo tempo. Sem conseguir incomodar Rui Patrício como tinha chegado a fazer nos primeiros 45’, o melhor que os recém-promovidos conseguiram foi um remate acrobático de Guedes que passou perto do poste.

Jorge Jesus deu novo fôlego à equipa com as entradas de Podence e Battaglia, e o Sporting voltou a criar lances de perigo. O 0-2 nasceu num lance do argentino pela esquerda: colocou a bola na área, onde Diego Galo tentou cortar com um gesto de recurso. Mas a bola ficou nos pés de Gelson Martins, que não perdoou. E se o marcador não funcionou mais o Desp. Aves pode agradecê-lo a Adriano Fachini, que já tinha travado um remate de Acuña e também viria a opor-se a Piccini e Podence.

Não foi um final de tarde na praia, nem um pôr-do-sol, mas foi igualmente saboroso para o Sporting: três pontos no arranque do campeonato e uma injecção de confiança para o que aí vem, a recepção ao V. Setúbal para o campeonato e ao Steaua Bucareste, na eliminatória de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões.

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