Supermercados alemães retiram ovos holandeses contaminados das prateleiras

Novo escândalo de contaminação com pesticidas já levou à retirada de milhões de ovos holandeses na Alemanha, em cadeias como o Aldi, Lidl e REWE.

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Ovos a serem destruídos numa exploração em Onstwedde, na Holanda, depois de se ter comprovado que estão contaminados EPA/PATRICK HUISMAN

A Aldi anunciou a retirada de ovos holandeses das prateleiras de todas as suas lojas na Alemanha, na sequência de um novo escândalo alimentar por contaminação com um insecticida altamente tóxico para tratamento de ácaros em animais. Milhões de ovos holandeses foram retirados na última semana das prateleiras dos supermercados na Holanda e Alemanha pelas autoridades alimentares depois de ter sido comprovada a presença em alguns deles de elevados níveis de Fipronil, insecticida usado pelos veterinários no combate aos ácaros e pulgas, noticia o Guardian.

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A Aldi anunciou a retirada de ovos holandeses das prateleiras de todas as suas lojas na Alemanha, na sequência de um novo escândalo alimentar por contaminação com um insecticida altamente tóxico para tratamento de ácaros em animais. Milhões de ovos holandeses foram retirados na última semana das prateleiras dos supermercados na Holanda e Alemanha pelas autoridades alimentares depois de ter sido comprovada a presença em alguns deles de elevados níveis de Fipronil, insecticida usado pelos veterinários no combate aos ácaros e pulgas, noticia o Guardian.

Segundo o jornal britânico, pelo menos três milhões de ovos provenientes da Holanda e contaminados com Fipronil já terão sido vendidos na Alemanha. A cadeia alemã Aldi anunciou que vai banir todos os ovos holandeses das suas lojas “por precaução”, enquanto não for determinada a origem do problema. Além da Aldi, o bloqueio aos ovos holandeses também foi decretado pelo Lidl e a REWE, uma medida que poderá fazer com que haja falta deste alimento na maior economia europeia.

A Bélgica, Suécia e Suíça também já confirmaram que estão a localizar ovos contaminados e a proibir a venda, enquanto não se identifica a origem e a dimensão do problema. Para já, há as autoridades holandesas anunciaram que pelo menos 180 explorações agrícolas foram encerradas provisoriamente e estão a ser submetidas a testes e os ovos contaminados destruídos.

A Comissão Europeia diz que está a acompanhar atentamente o caso. “Os ovos contaminados foram localizados, foram retirados do mercado e a situação está controlada”, garantiu uma porta-voz em Bruxelas, citada pela Reuters.

Testes aos dejectos das galinhas, ao sangue e aos ovos comprovaram a presença de níveis elevados de Fipronil, um químico que é vulgarmente utilizado pelos veterinários para eliminar pulgas, piolhos e ácaros, mas cuja utilização em animais destinados ao consumo humano está proibida. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a exposição prolongada ao Fipronil pode causar danos no fígado, na tiróide e nos rins.

De acordo com o Guardian, os investigadores belgas estão a examinar a lista de clientes de duas companhias na Flandres especializadas na produção e fornecimento de químicos anti-ácaros a produtores avícolas na Holanda e na Bélgica. A suspeita é que o químico ilegal tenha sido misturado com outro de utilização permitida para aumentar o nível de eficácia e depois vendido a diversos produtores de galinhas e ovos.

O jornal holandês Trouw noticiou que os produtores de pesticidas têm clientes no Reino Unido, França e Polónia, embora não haja indicações de que haja ovos contaminados à venda nestes países. Outro jornal holandês, o Volkskrant, avançou que a mistura ilegal de pesticidas tem estado a ser utilizada nas explorações holandesas há mais de um ano.

Fonte da autoridade alimentar holandesa (NVWA) disse ao jornal que é impossível confirmar se os ovos contaminados estiveram a ser vendidos durante todo este tempo: “Não temos como confirmar porque os ovos foram comidos”.

A actuação da NVWA no processo tem sido alvo de críticas, em parte pelas informações contraditórias que tem divulgado: numa primeira fase garantiu que a contaminação não representava um perigo para a saúde humana, mas depois recomendou que o consumo de ovos fosse evitado até que a investigação chegue ao fim.

Os produtores avícolas holandeses pedem às autoridades que se apressem a concluir a investigação para levantarem o bloqueio. Há cerca de mil aviários na Holanda que produzem 11.000 milhões de ovos por ano e cerca de metade da produção vai para a Alemanha. “Se isto for temporário, será possível recuperar. Caso contrário, todo o sector ficará na bancarrota”.