As raparigas portuguesas deram o exemplo

Patrícia Mamona e Susana Costa vão estar segunda-feira na final do triplo salto feminino dos Mundiais de Atletismo.

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Reuters/MATTHEW CHILDS

Tal como aconteceram nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016, Portugal vai ter duas representantes na final do triplo salto feminino nos Mundiais de Atletismo em Londres. Patrícia Mamona e Susana Costa para a final que se disputa na próxima segunda-feira, num dia em que os lançadores do peso falharam por muito esse objectivo. Se Patrícia fez um salto pelo seguro e suficiente para o apuramento (14,29m), Susana fez nesta qualificação o seu melhor de sempre, acrescentando mais um centímetro ao recorde pessoal no terceiro e último salto (14,35m).

A saltadora do Benfica fez mesmo o terceiro melhor salto da qualificação e Patrícia Mamona, o quarto, ficando ambas à frente, por exemplo de Caterine Ibarguen (campeão mundial e olímpica), mas a colombiana fez marca de qualificação (14,21m, ligeiramente acima do que era pedido, 14,20m) logo à primeira e não pensou mais no assunto, tal como a cazaque Olga Rypakova (14,57m), a melhor das qualificações. Patrícia chegou lá à segunda tentativa, Susana Costa levou a qualificação até ao último salto, mas valeu a pena esperar.

“Estou muito contente e muito orgulhosa de mim, do meu trabalho. Tive de lutar muito contra o vento, tive vento contra no primeiro, tive de adaptar a corrida. No segundo apanhei muito pouco vento e ficou curta. Depois, pensei, ‘Caaalma, é só entrar em condições que tudo vai dar certo’. O vento acalmou, fiz a minha corrida certinha e deu tudo certo. Sabia que estava bem e foi este o resultado. Nem pensei que era o último salto, só penso em correr e saltar”, resumiu a saltadora.

E antes do último salto teve palavras da compatriota, que já tinha feito o seu trabalho. “Antes de se ir embora, a Patrícia deu-me energia positiva e disse-me, ‘Este vai ser o último salto da tua vida’. Abanei a cabeça e nem agradeci. Ela foi para um lado, eu fui para o corredor”, revelou a saltadora de 33 anos.

Para João Ganço, o treinador que sofria nas bancadas, a qualificação com recorde não foi surpresa nenhuma. Susana não estava apenas bem, estava “muito bem”. “Foi espectacular. Ela passou uma época muito má, ultrapassou o mau momento. Eu sabia que ela estava muito bem mesmo”, garantiu ao PÚBLICO o treinador.

Agora, é esperar o que ambas podem fazer na final. Patrícia Mamona, que tem um recorde pessoal de 14,65m feito na final do Rio 2016 (que deu um sexto lugar), diz que ainda tem mais para dar. “Objectivo cumprido, sensações boas, foi um bocadinho aquém, ainda joguei um bocadinho pelo seguro. Sei que ainda tenho mais para dar”, garantiu a atleta do Sporting. Susana Costa, que foi nona na final olímpica, vai manter a confiança para voltar a superar-se na final. “Fazer melhor na final? Claro!!! Isto agora…”

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