Mais de 40 homens detidos na Nigéria por "actos homossexuais"

Rusga policial em hotel na cidade de Lagos resultou na detenção de pelo menos 40 homens acusados de cometeram "actos homossexuais". Penas de prisão podem chegar aos 14 anos.

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Reuters/AFOLABI SOTUNDE/Arquivo

Mais de 40 homens foram detidos este fim-de-semana na cidade nigeriana de Lagos por suspeita de “actos homossexuais”, noticia a Reuters. A rusga da polícia local teve como alvo um hotel onde, aparentemente, os detidos tinham organizado uma festa. A legislação nigeriana para este tipo de casos prevê penas de prisão até 14 anos.

De acordo com o que cita o El País, o porta-voz da polícia de Lagos, Olarinde Famous-Cole, confirmou as detenções a um jornal local por “actos homossexuais”. No entanto, Bisi Alimi, activista nigeriana para os direitos LGBT, garante que o grupo estava reunido no hotel para falar sobre a prevenção do HIV – dos 186 milhões de habitantes da Nigéria, 3.5 milhões estão infectados com o vírus da Sida, o que faz com que este país tenha a taxa de incidência mais alta da África Central e Ocidental.

“Estes homens estavam a tentar salvar as suas vidas e tornar o seu país melhor com a prevenção do contágio do HIV”, afirmou Bisi em declarações à Reuters.

Já em Maio, na cidade de Zaria, no Norte da Nigéria, 54 pessoas foram detidas por terem participado num casamento entre pessoas do mesmo sexo, sendo que o respectivo julgamento já se iniciou não sendo conhecida a data da decisão de condenação.

A legislação na Nigéria relativamente aos homossexuais variam de estado para estado, sendo que em 12 deles está até prevista a pena de morte.

Para além desta parte do território nigeriano, a Arábia Saudita, Irão, Iémen, Sudão e parte da Somália são outras zonas do globo onde as condenações relativas a actos homossexuais podem chegar à pena de morte. Em algumas zonas do Iraque e da Síria assistiram-se também a execuções por razões semelhantes mas levadas a cabo pelo Daesh, e não pelo Estado, como lembra o El País. Já no Qatar, na Mauritânia, no Paquistão e nos Emirados Árabes Unidos está previsto o mesmo quadro legal, mas nos últimos anos não houve registo da sua aplicação.

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