Macquarie compra líder ibérica de estacionamento Empark à A.Silva & Silva

Acordo para aquisição de 100% da empresa que gere mais de 500 mil lugares de estacionamento em vários países foi formalizado esta sexta-feira. A.Silva & Silva, Haitong e TIIC saem do capital

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A Empark gere mais de 500 mil lugares de estacionamento em 188 cidades da Península Ibérica, Reino Unindo e Turquia ADRIANO MIRANDA / PUBLICO

O fundo da gestora Macquarie dedicado a infra-estruturas europeias, o Macquarie European Infrastructure Fund 5 (MEIF5), vai ser o novo dono da empresa Empark — Aparcamientos y Servicios, até agora controlado pela ASSIP SGPS, do grupo A. Silva & Silva. Em comunicado emitido esta sexta-feira, 28 de Julho, e disponível no site da Empark, foi anunciado que “os donos” da líder ibérica de parques de estacionamento chegaram a acordo “para vender 100%” das acções da empresa ao fundo MEIF5, “que é gerido pela Macquarie Infrastructure and Real Assets”.

“Os termos da aquisição não foram revelados”, adianta o comunicado da Empark, nomeadamente o valor da operação. Contactada, fonte oficial da Empark remeteu para o acordo de confidencialidade subscrito entre as partes. 

Mas, há nove dias, a agência noticiosa Reuters, que adiantava já que a Empark teria recebido uma oferta da Macquarie, avançava o valor da compra da empresa ibérica “entre 900 e 1200 milhões de euros”, citando fontes não identificadas.

Segundo a notícia avançada pela Reuters a 20 de Julho, a alienação estava a ser assessorada pelo Caixa BI e pelo JP Morgan, e implicava que a ASSIP, do grupo A.Silva e Silva (dona de 78%), o Haitong Bank (14%) e Transport Infrastructure Investment Company (TIIC, com 8%) saíssem do capital da Empark.

O Novo Banco, que era o segundo maior accionista da Empark até ao terceiro trimestre de 2016, acabou por vender a sua participação de 22,1% na Empark maioritariamente à ASSIP, num negócio só concluído em Fevereiro deste ano. Foi na sequência desta operação que se redesenharam as participações entre os três accionistas da Empark.

Em Janeiro passado, altura em que a Empark negou estar em processo de venda, como então a imprensa espanhola noticiara, o Jornal de Negócios recordava que esta já não era a primeira tentativa de alienação. Em 2015, empresa esteve perto de fechar um acordo com a Vinci Park.

Mas, desde aí, a Empark não parou de reforçar a sua presença na Europa, onde é o quarto maior operador do sector. Hoje tem a gestão de 530 mil lugares de estacionamento em 188 cidades de Portugal, Espanha, Andorra, Reino Unido e Turquia. De acordo com o relatório e contas da empresa relativo a 2016, disponível no site institucional, a Empark obteve receitas de 201,2 milhões de euros (mais 5,6% do que em 2015) e um EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 71,6 milhões de euros.  

A Empark resulta da fusão entre a portuguesa Emparque e da espanhola Cintra Aparcamientos há cerca de oito anos. O negócio, feito por compra da Cintra Aparcamientos pela Emparque ao grupo espanhol Ferrovial, por 450 milhões de euros (valores da altura), foi uma das maiores aquisições transfronteiriças de 2009 envolvendo capitais portugueses. Com a aquisição, então, a Emparque de 70 mil lugares passou a Empark com a gestão de 370 mil lugares. 

Concretizando-se o negócio agora anunciado, a australiana Macquarie Infrastructure and Real Assets (MIRA) junta mais um activo ao seu portefólio mundial. O grupo reinvindica gerir 136 mil milhões de dólares australianos (cerca de 92,5 mil milhões de euros ao câmbio actual) de activos internacionais, através da operação de 50 fundos.

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