Banco “mágico” da Disney quer tirar solidão dos ambientes virtuais

Sem óculos, telemóveis ou outros aparelhos: a Disney quer transformar a realidade aumentada e virtual numa experiência social.

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Um elefante digital com um presente pode incorporar uma conversa entre várias pessoas sentadas no novo banco da Disney Disney Research
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O sistema também pode simular um mergulho, em grupo, num lago Disney Research
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Os sensores dão informação ao sistema sobre a quantidade de pessoas sentadas, os seus movimentos e a direcção em que estão a olhar Disney Research
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Em conjunto com o som dos microfones, os sistemas hápticos (que simulam uma sensação de toque) são utilizados para recriar a sensação de gotas de água a cair sobre o banco Disney Research

O novo projecto de realidade virtual e aumentada dos Laboratórios Disney dispensa óculos ou telemóveis. Os investigadores criaram um banco, descrito como “mágico”, para transportar grupos de pessoas para ambientes virtuais. O objectivo é transformar experiências que são tradicionalmente solitárias (com utilizadores que estão fisicamente sozinhos com um par de óculos na cara, ou a olhar fixamente para o ecrã do telemóvel), em ocasiões sociais em que se fala cara a cara (não via Internet), com outras pessoas e, ao mesmo tempo, com personagens ficcionais em três dimensões.

“O nosso mantra para este projecto foi: ouve uma personagem a chegar, vê a personagem a chegar, e sente-a ao teu lado no banco”, explica Moshe Mahler, um artista digital envolvido no projecto durante a apresentação.

Um elefante digital com uma história para contar e presentes para dar, pequenos animais a passar, e até a sensação de chuva ou de um mergulho num lago, podem incorporar uma conversa entre pessoas sentadas no novo banco da Disney. O sistema (também conhecido como uma Plataforma Virtual Multissensorial e Multi-utilizador) funciona em conjunto com câmaras, microfones, auscultadores e sensores de movimento. “A nossa abordagem foi transformar o próprio ambiente no instrumento de realidade virtual, deixando o utilizador livre de qualquer tipo de equipamento”, explicam os investigadores no relatório.

As pessoas sentadas podem ver as suas interacções com as personagens (além de as sentir e ouvir) através de um ecrã gigante que espelha o ambiente em que estão. Contrariamente a outros programas de realidade aumentada ou virtual, porém, não se pode passar ou chocar contra uma personagem virtual. Os dispositivos hápticos (que simulam a sensação de tacto) incluídos no banco activam mecanismos de movimento e vibração para os utilizadores sentirem a presença de outros objectos, barreiras e personagens virtuais. No caso da chuva, por exemplo, são utilizados microfones para projectar o som das gotas a cair, em conjunto com sistemas hápticos para recriar a sensação de água a cair sobre o banco.

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O sistema pode simular um mergulho, em grupo, num lago Disney Research

Os sensores também dão informação ao sistema sobre a quantidade de pessoas sentadas, os seus movimentos e a direcção em que estão a olhar. As experiências de realidade virtual accionadas dependem do número de pessoas que o sistema detecta no banco.

O projecto vai ser apresentado em maior detalhe durante a SIGGRAPH 2017, uma conferência de computação e técnicas interactivas que ocorre este Domingo, em Los Angeles. Para os investigadores, o projecto "demonstra o conceito da interacção entre homem e computador na sua forma mais simples: a pessoa chega a um computador e o computador já entrega um objecto directamente a alguém.”

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