Google vai abandonar o minimalismo da sua homepage e apostar na personalização

É a primeira vez em 20 anos que a página inicial do motor de busca vai ser alterada. Os utilizadores vão poder acompanhar temas específicos a partir de uma pesquisa.

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A interacção com o utilizador será mais complexa e a empresa americana irá apostar na agregação de informação REUTERS/Brian Snyder

O Google, um exemplo de simplicidade no design, vai tornar-se mais complexo. A sua página inicial será mais parecida a páginas como o Yahoo, o MSN ou o Bing da Microsoft. Com as mudanças ganhará mais poder na distribuição de conteúdo e conhecerá melhor os seus utilizadores. As mudanças serão introduzidas nos EUA e chegarão progressivamente aos outros países ao longo das próximas semanas.

homepage do Google com dois botões — “Pesquisa Google” e “Sinto-me com sorte” — e uma caixa rectangular onde são digitados os vocábulos para a pesquisa será modificada. Vinte anos depois. O minimalismo característico do site dará lugar a um novo conceito, com mais informação personalizada. A empresa poderá começar assim a negociar o preço das palavras-chave das pesquisas para definir o valor de cada perfil de utilizador.

A interacção com o utilizador será mais complexa e a empresa americana apostará na agregação de informação, algo que a empresa já tinha chegado a fazer num produto alternativo: o Google Now. O Google acrescentará um conteúdo muito semelhante àquele que já é oferecido nos telemóveis com sistema operacional Android que usam o Google Now, um assistente pessoal inteligente, uma extensão da aplicação Google Search com uma interface de linguagem que responde a perguntas, faz recomendações e age, delegando pedidos a um conjunto de serviços na web.

“Haverá cartões [rectângulos com informação] com destaques de desporto, com as notícias mais relevantes, vídeos que despertaram mais interesse ao utilizador, sugestão de músicas e textos recomendados. Os cartões não se baseiam apenas na interacção do utilizador. Também constará nas sugestões assuntos que estão a despertar interesse na região envolvente ao utilizador e no resto do mundo”, afirma Shashi Thakur, vice-presidente do Google. 

Outra novidade é que os utilizadores vão poder acompanhar temas específicos a partir de uma pesquisa, uma espécie de assinatura ou subscrição de um tema, mas não de uma publicação. Uma opção que poderá ter sido herdada da rede social Google+.

Além da mudança de visual, o Google também começou a testar vídeos de carregamento automático no seu motor de busca. Ou seja, ao pesquisar sobre um tema, os vídeos que aparecem nos resultados começam a tocar imediatamente (por enquanto, sem som). A revista online especializada em motores de busca, a SEM Post, foi a primeira a reportar a mudança. 

Estas alterações surgem um mês depois de a Comissão Europeia ter anunciado, a 27 de Junho, a maior multa de sempre num caso antimonopólio à empresa norte-americana. São 2420 milhões de euros que o Google se arrisca a ter de pagar a Bruxelas, por práticas que a comissão considera anticoncorrenciais e que distorcem o mercado. A empresa já anunciou, através do seu "braço" europeu, que vai "estudar cuidadosamente a decisão da Comissão, porque está "a considerar recorrer e continuar a defesa" da sua posição.

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