Três “grandes” em contagem decrescente

Faltam dez dias para o arranque dos três “grandes” nas provas oficiais. O ponto de situação é distinto para cada um e muito depende do que ainda venha a acontecer no mercado de transferências

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Tal como na temporada anterior, o Benfica é o primeiro dos três “grandes” a entrar oficialmente em acção em Portugal, disputando a Supertaça dentro de dez dias Sérgio Azenha

A contagem decrescente prossegue e, quando faltam dez dias para a entrada dos três “grandes” em acção nas competições oficiais, subsistem vários pontos de interrogação em cada uma das equipas. A temporada 2017-18 começa a 5 de Agosto para o Benfica, com a Supertaça frente o V. Guimarães. No dia seguinte entra em cena o Sporting, no encontro que marcará o arranque do campeonato 2017-18 – os “leões” visitam o recém-promovido Desportivo das Aves. Quanto ao FC Porto, vai estrear-se nas provas oficiais a 9 de Agosto, uma quarta-feira, com a recepção ao Estoril-Praia, da primeira jornada (no mesmo dia, o Benfica também se estreia no campeonato, em casa frente ao Sp. Braga).

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Embora o tempo para as experiências e afinações comece a esgotar-se, Rui Vitória, Jorge Jesus e Sérgio Conceição não podem dizer que a equipa que têm em mãos nesta altura será aquela com que vão abordar a fase inicial da temporada. O período de transferências de Verão prolonga-se até ao final de Agosto e, até lá, certamente ainda haverá ajustes, saídas e contratações. Mas, após semanas em treinos e jogos de preparação, é possível tirar algumas conclusões e fazer um ponto de situação de cada um dos clubes.

Dores de cabeça na defesa

O tetracampeão nacional Benfica escolheu cumprir a recta final da pré-época em Inglaterra, onde cumprirá um período de estágio que inclui a participação na Emirates Cup, com partidas frente ao Arsenal e RB Leipzig. O treinador Rui Vitória convocou para este estágio um total de 33 jogadores, sendo um dado adquirido que ainda serão feitas dispensas e não é de descartar totalmente a chegada de novos elementos. “Estou muito satisfeito com este plantel”, garantia o técnico após a derrota de sábado com o Hull City (0-1), acrescentando: “Quem entrou de início também fez um bom jogo, tem que fazer estes minutos, ganhar estas rotinas com os colegas e é nestas alturas que nós temos que as fazer. Aqui não há artilharias pesadas”, referindo-se à entrada em campo de Jonas, Seferovic e Zivkovic, que revolucionaram o jogo “encarnado”.

Mas há dúvidas ainda não desfeitas na equipa do Benfica – nomeadamente a posição de lateral direito, que ficou a descoberto com a saída de Nélson Semedo para o Barcelona e onde Rui Vitória já ensaiou André Almeida, Pedro Pereira e Aurélio Buta. Da mesma forma, o técnico ainda espera por reforços para o centro da defesa (Lindelöf não foi substituído) e para a baliza, desfalcada com a transferência de Ederson para o Manchester City. Júlio César tem assegurado a posição, mas deverá chegar alguém para fazer concorrência ao internacional brasileiro que em Setembro completará 38 anos. No ataque é que não são precisos reforços: Seferovic encaixou como uma luva e parece mesmo partir em vantagem para ser titular na Supertaça.

Poucas movimentações

No que diz respeito a contratações, tem sido um Verão muito tranquilo no Dragão. A única cara nova é do guarda-redes Vaná, ex-Feirense. Em sentido contrário, saiu um titular (André Silva) e jogadores importantes como Rúben Neves ou Diogo Jota, cujo empréstimo terminou. Tanto a porta de entrada como a de saída parecem continuar abertas, embora o treinador Sérgio Conceição tenha sublinhado a necessidade de manter a base da equipa da época passada, nomeadamente o internacional português Danilo, muito cobiçado neste mercado. “Neste momento tenho 27 indiscutíveis. O Danilo está aqui e estamos muito contentes com isso. Estou em sintonia com a direcção, sabemos o que queremos. O Danilo está connosco, sempre disse que o mais importante é guardar a base que, no ano passado, funcionou bem”, vincou.

Depois de uma digressão ao México, os “dragões” cumprem agora um estágio no Algarve para Sérgio Conceição tirar conclusões. O técnico levou 29 jogadores, sendo que há vários excedentários para quem o FC Porto tenta encontrar colocação, como Reyes ou João Carlos Teixeira, por exemplo. No campo das certezas, o regresso de Aboubakar, após um ano de empréstimo do Besiktas, ajudará a fazer esquecer André Silva.

À espera de propostas

Entre os três “grandes” do futebol português, o Sporting tem sido aquele mais activo no mercado. São já nove as contratações para a equipa principal, mas os “leões” não deverão ficar-se por aqui, ainda que o presidente Bruno de Carvalho já tenha dado o plantel como “99,9% fechado”. “Claro que admito que possa haver saídas caso surjam propostas irrecusáveis. Demonstrámos estar sólidos do ponto de vista financeiro, pois não precisámos de efectuar vendas para construirmos um grupo com qualidade”, acrescentou o dirigente. Mas a própria forma como a equipa foi construída aponta no sentido de acautelar a venda de peças importantes como os internacionais Adrien Silva e William Carvalho.

O investimento feito pelos “leões” foi no sentido de fortalecer o “onze” e jogadores como Fábio Coentrão, Jérémy Mathieu, Bruno Fernandes ou Marcos Acuña foram contratados para serem titulares. Mas Jorge Jesus precisará de opções e a imprensa desportiva tem apontado a provável chegada de mais um lateral direito para fazer concorrência a Piccini. A notícia da provável saída de Beto, suplente de Rui Patrício durante a temporada passada, deverá obrigar a um ajuste na baliza.

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