Pedrógão: Governo diz que militares e GNR bateram terreno para ver se havia mais vítimas

Azeredo Lopes garante que as Forças Armadas e a GNR analisaram todos os locais para confirmar se havia mais vítimas do incêndio de Pedrógão. Para o ministro, a divulgação do nome das vítimas não é da competência do Governo.

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Adriano Miranda

O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, afirmou nesta segunda-feira que foi realizado "um trabalho de rastreio muito intenso" por parte das Forças Armadas e da GNR no terreno para apurar se existiriam mais vítimas no incêndio de Pedrógão Grande.

"A partir de certa altura, o que se tentou apurar foi, para além daquelas 64 vítimas - o número oficial dado pelo Instituto Nacional de Medicina Legal -, ver se havia ainda a hipótese de haver outros corpos e outras vítimas que não tivessem sido encontrados", disse aos jornalistas o membro do executivo, que esteve esta segunda-feira em Pedrógão Grande, na cerimónia do Dia do Município.

Segundo Azeredo Lopes, para averiguar tal possibilidade, foi realizado "um trabalho de rastreio muito intenso levado a cabo quer pelas Forças Armadas quer pela GNR", que foram "terreno a terreno, espaço a espaço, casa a casa, para ver se, infelizmente, haveria mais corpos ou mais vítimas a reportar". O ministro da Defesa sublinhou ainda que o facto de não se conhecerem os nomes das vítimas é algo que não passa pelo Governo.

Além disso, acrescentou, "nem pode" ser conhecida a identidade das vítimas, visto que o Ministério Público está a desencadear "um inquérito de natureza criminal" e entendeu, "até agora, que esses nomes não deveriam ser desvendados para protecção da investigação".

"A lista de nomes não é divulgada não porque o Governo queira ou deixa de querer, mas porque o Ministério Público entende que assim deve ser para salvaguardar devidamente a investigação", reforçou.

Porém, Azeredo Lopes defendeu que qualquer cidadão que considera que o nome de uma determinada vítima "não está a ser devidamente registado" deve "dar a conhecer esse nome" e as circunstâncias da sua morte ao Ministério Público ou a outras autoridades, que "não deixarão de reportar esse facto".

"Até ver - e já passaram muitos dias sobre a tragédia -, ainda ninguém se dirigiu ao Ministério Público para esse efeito" ou a qualquer outra autoridade "para reportar essa morte", frisou, criticando o facto de se pensar que haveria uma "qualquer artimanha" para diminuir o número de mortos no incêndio de Pedrógão Grande.

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