Phelps contra um tubarão? Afinal, era só uma simulação

A corrida entre o nadador olímpico e um tubarão branco não passou de uma simulação de computador para promover uma semana de programação que o Discovery Channel dedica aos tubarões.

Foto
DISCOVERY CHANNEL

Prometia ser um duelo de titãs entre um temível predador dos mares, o tubarão, e uma lenda de natação, Michael Phelps. Com um objectivo simples: comparar a força do homem e do animal. O norte-americano, detentor de 39 recordes mundiais, iria supostamente nadar contra um tubarão branco numa corrida filmada e transmitida pelo Discovery Channel, no âmbito da promoção de uma semana temática que o canal dedica aos tubarões - a Shark Week.

No entanto, o tubarão que competiu com Phelps, e que acabou por derrotar o atleta olímpico, não era real. O norte-americano nadou de facto ao longo de 100 metros, em mar aberto, ao largo da Cidade do Cabo, na África do Sul. Terminou a prova em 38,13 segundos, cerca de dois segundos depois do concorrente cortar a meta. Este concorrente, porém, não era um tubarão verdadeiro, como o canal tinha dado a entender nos últimos dias, mas antes uma simulação de computador.

Phelps perdeu assim contra esta simulação, apesar de ter recorrido a alguns truques. Embora o atleta dos EUA seja considerado o mais notável nadador de sempre, a sua velocidade máxima na água fica-se entre 8 e 10km/h, enquanto um tubarão branco pode atingir os 40 Km/h. Por esse motivo, Phelps recorreu a uma monobarbatana e um fato de mergulho para atingir uma velocidade superior, mas ainda assim acabou por ser derrotado.

O facto de os dois concorrentes não terem competido lado a lado acabou por ser uma decepção para muitos dos espectadores atraídos pela promessa de uma prova real.

“É claro que não podemos colocar o Michael a nadar lado a lado com um tubarão. Temos de recorrer a uma simulação”, esclarecia Tristan Gutteridge, um dos consultores científicos do programa, no início da emissão. O risco óbvio de segurança, por um lado, e a trajectória peculiar dos tubarões, que não nadam em linha recta, foram os motivos apontados para a equipa não ter organizado uma corrida real, considerada uma impossibilidade. A simulação, no entanto, assenta em dados reais de um tubarão filmado pelo canal. 

Antes da estreia do programa, e em entrevista à revista Vanity Fair, o nadador já tinha assegurado que não iria realmente competir ao lado de um tubarão. Ainda assim, alguns dos espectadores sentiram-se desiludidos, alegando que os anúncios vendiam a ideia de uma prova simultânea, sem montagens. O desagrado fez-se sentir nas redes sociais.

Também Michael Phelps recorreu às redes sociais, mas para pedir a desforra. E, da próxima, com "água mais quente", escreveu o campeão olímpico na sua conta de Twitter.

 

Sugerir correcção
Comentar