Estreia para recordar, exibição para esquecer

Selecção portuguesa foi batida pela Espanha (2-0) na estreia absoluta em fases finais do Europeu feminino. Faltou discernimento, admitiu o técnico Francisco Neto, confiante no crescimento da equipa

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UEFA/DR

O primeiro jogo da história da selecção portuguesa em fases finais do Campeonato da Europa feminino saldou-se por uma derrota (2-0) perante a Espanha. Para a equipa nacional, esta ocasião seria sempre para recordar, independentemente do resultado – que foi negativo, mas não tão desequilibrado como poderia temer-se. As diferenças entre os dois conjuntos foram evidentes durante os 90 minutos. A Espanha esteve sempre uma velocidade acima de Portugal (pelo menos) e as estatísticas finais ilustram quanto separa as duas selecções: 76%-24% em posse de bola e 17-1 em remates.

Portugal, a 23.ª selecção europeia no ranking da FIFA (38.ª posição na tabela global), voltou a enfrentar a Espanha – 13.ª no ranking e sétima entre as equipas europeias – tal como tinha acontecido durante a fase de apuramento para o Euro 2017. E o desfecho repetiu-se: tal como nos dois duelos ibéricos da qualificação, também este terminou com triunfo das espanholas. A Espanha venceu todos os jogos no apuramento, que terminou com o melhor ataque (39 golos em oito partidas), enquanto Portugal foi a defesa mais batida das 15 selecções apuradas para o Europeu que decorre na Holanda.

Francisco Neto montou uma equipa concentrada em adiar, tanto quanto possível, o golo da Espanha. Mas o posicionamento muito recuado fez de Portugal uma presa fácil das espanholas, que dominaram a partida praticamente do princípio ao fim. O resultado ficou feito ainda antes do intervalo. Vicky Losada inaugurou o marcador aos 23’, escapando à vigilância de Sílvia Rebelo para receber o lançamento comprido de Andrea Pereira com um pé e rematar com o outro, sem dar hipóteses à guarda-redes portuguesa. O 2-0 surgiu num cruzamento de Mariona Caldentey que encontrou Amanda Sampedro sem oposição, a cabecear entre as centrais portuguesas.

“Foi um jogo difícil, já o sabíamos. A Espanha é uma das grandes candidatas a vencer o Europeu. Teríamos que conseguir retirar-lhes a bola e fechar espaços, o que na primeira parte não conseguimos fazer. Na segunda, melhorámos na organização defensiva, mas, quando conseguimos ter bola, tivemos dificuldade, fruto da grande pressão das espanholas”, admitiu o seleccionador português, acrescentando: “A capacidade para conseguir ter bola era essencial. Quando se passa muito tempo a defender, o discernimento não é o melhor. Estou feliz com a superação e entrega que as nossas jogadoras tiveram, apesar de alguma intranquilidade. Tenho a certeza que Portugal vai crescer neste Europeu.”

A selecção portuguesa melhorou na segunda parte e aos 55’ viu-se o único remate: Cláudia Neto disparou à entrada da área, mas ao lado da baliza espanhola. Carolina Mendes teve nos pés o golo de honra de Portugal, mas em excelente posição não conseguiu fazer o remate (79’), após assistência de Diana Silva.

Mesmo a jogar num ritmo mais baixo, a Espanha ainda criou um par de situações de golo, mas que a guarda-redes Patrícia Morais resolveu: opôs-se ao remate de longe de Vicky Losada (73’) e desviou o tiro de María Paz (83’).

A Escócia, próxima adversária de Portugal no Grupo D do Euro 2017, foi goleada pela Inglaterra (6-0) na outra partida do agrupamento. Jodie Taylor assinou um hat-trick e o marcador ficou completo com golos de Ellen White, Jordan Nobbs e Toni Duggan.

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