Os aplausos do PPM: “Ventura falou de um problema”, “teve essa coragem”

“Na guerra contra a censura ideológica da esquerda e da extrema-esquerda e a ditadura do politicamente correto, o PPM” está “convictamente ao lado da liberdade e da coragem”. Mas isso, para Gonçalo da Câmara Pereira, quer dizer do lado de André Ventura.

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André Ventura mantém-se na corrida a Loures, apesar da polémica LUSA/NUNO FOX

Tal como o PSD, também o PPM mantém o seu apoio à candidatura de André Ventura no município de Loures. E para que não haja sombra de dúvida sobre esse apoio, Gonçalo da Câmara Pereira enviou um comunicado às redacções, no qual defende com unhas e dentes o candidato e lança ataques à esquerda. “André Ventura falou de um problema que existe e que tem de ser resolvido. Teve essa coragem”, lê-se.

“O CDS/PP decidiu retirar-se da 'Coligação Primeiro Loures'. Está no seu pleno direito e o PPM respeita, integralmente, a decisão daquele que é um dos grandes aliados históricos do nosso partido”, começa por escrever o vice-presidente da Comissão Política Nacional do PPM.

Mas é com rapidez que o tom conciliatório usado para falar do CDS salta para um acusatório, e dirigido ao Bloco de Esquerda, que apresentou duas queixas contra André Ventura, por considerar que proferiu declarações racistas sobre a comunidade cigana.

“Não nos deixamos impressionar com queixas-crime e muito menos com a campanha de deturpação e descontextualização das declarações do nosso candidato à presidência da Câmara Municipal de Loures, André Ventura”, lê-se no comunicado. Acontece que, até agora, nas conversas que teve com o PÚBLICO, o candidato nunca se queixou de que as afirmações foram descontextualizadas, nem nunca negou pensar o que disse nas duas entrevistas polémicas.

Mas Gonçalo da Câmara Pereira está do lado de André Ventura e contra a esquerda: “A verdade é que existem problemas graves de integração da comunidade cigana no município de Loures. As políticas promovidas pela esquerda e pela extrema-esquerda portuguesa são meramente assistencialistas e desprovidas de um acompanhamento competente, responsável e humanista.”

Sobre as políticas seguidas tanto em Loures, como no país, diz ainda o dirigente do PPM que “não criaram as condições de igualdade de oportunidades e de progresso que a comunidade cigana merece. Não respeitaram a sua identidade cultural específica e as suas ricas tradições”.

Ao longo do comunicado, Gonçalo da Câmara Pereira desfia um rol de críticas ao Bloco, vários elogios a André Ventura e muitas exaltações à “rica tradição cultural cigana”.

Apesar destas exaltações, também o dirigente do PPM diz que existem os tais problemas enumerados por André Venturas e atribuídos à comunidade cigana: “André Ventura falou de um problema que existe e que tem de ser resolvido. Teve essa coragem.”

No final de comunicado, e depois de inúmeras críticas ao Bloco, acusando, por exemplo, o partido de estar a cavalgar “uma polémica estéril” – Gonçalo da Câmara Pereira posiciona-se do lado da “liberdade de expressão”.

“Na guerra contra a censura ideológica da esquerda e da extrema-esquerda e a ditadura do politicamente correcto, o PPM estará convictamente ao lado da liberdade e da coragem que é necessário ter para implementar políticas mais exigentes, qualificadas e verdadeiramente reformistas”, lê-se.

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