Festival com curadoria de Vhils chega a Londres

Depois da lotada primeira edição, o Festival Iminente vai estar a 28 e 29 de Julho na capital britânica e conta com nomes nacionais e internacionais como Bordalo II e Conor Harrington.

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Obra de Bordalo II na Galeria de Arte Pública da Quinta do Mocho, em 2015 Guilherme Marques/arquivo

O Festival Iminente, que tem curadoria do artista português Alexandre Farto, mais conhecido como Vhils, e da galeria lisboeta Underdogs, está de malas feitas com destino a Londres e chega nos dias 28 e 29 de Julho a The Old Truman Brewery, em Brick Lane. Em 2016, numa primeira edição com lotação esgotada, o festival transformou o Jardim Municipal de Oeiras no “jardim da arte urbana”, fundindo música, arte urbana e natureza. Agora, o festival aterra na capital britânica e "não só oferece aos britânicos enlutados do Brexit uma oportunidade de imergirem na mais inovadora música e arte de Portugal, mas também recruta alguns dos artistas mais criativos da Europa para invadirem a capital com os seus melhores trabalhos".

O cartaz do festival inclui os artistas urbanos portugueses Add Fuel, AkaCorleone, André da Loba, Bordalo II, Draw & Contra, Halfstudio, ±maismenos±, The Caver e Wasted Rita (além de obras do próprio Vhils), os britânicos Bem Eine e Sick Boy, o irlandês Conor Harrington e o italiano Pixel Pancho. Fazem parte do catálogo de obras apresentadas “peças imersivas e, em alguns casos, políticas, que abordam o estado da Europa e a condição humana actual”. A abordagem política do festival que provoca uma Europa fragmentada estende-se, por exemplo, a “roulotes de comida e um bar que só aceitam [pagamentos em] euros".

No que respeita à música, o primeiro dia do festival receberá os portugueses DJ Glue, DJ Kking Kong, DJ Big, Francis Dale, Slow J, DJ Ride, Shaka Lion, Batida e o angolano DJ Nigga Fox. No segundo e último dia do Festival Iminente, actuarão os britânicos Novelist e LV & Joshua Idehen, os cabo-verdianos Cachupa Psicadélica e Scuru Fitchadu e os portugueses DJ Glue, DJ Big, Chullage, Halloween, Rita Maia e DJ Firmeza.

O festival de música e arte urbana quer ser uma invasão artística e cultural europeia ao coração do Brexit, pondo os londrinos em contacto com uma herança cultural que também é a sua. “O Festival Iminente é uma celebração de um género de arte e música que é capaz de derrubar paredes, barreiras e fronteiras e reunir pessoas de diferentes culturas que partilham a mesma paixão pela arte e pelas ideias e a vontade de dar continuidade ao conceito de uma comunidade europeia real”, disse Vhils, citado pelo Hookedblog, publicação dedicada à arte urbana britânica.

O evento quer expandir-se não só Europa fora mas também por outros pontos do globo onde se fixou a nova emigração portuguesa. Estarão já a decorrer as negociações para o próximo destino a receber a explosão do movimento de arte urbana contemporânea. O próprio site do evento aponta para uma terceira localização além de Londres e Oeiras que ainda está por desvendar.

O Festival Iminente regressa à sua primeira casa nos dias 15, 16 e 17 de Setembro e o cartaz ainda não foi divulgado. Na primeira edição do evento, que Vhils caracterizou na altura como “uma celebração da arte urbana na Grande Lisboa e uma oportunidade para muitos artistas poderem mostrar os seus trabalhos num espaço de grande dimensão”, foram mostradas obras de artistas como Add Fuel, Bordalo II, Okuda, Mário Belém, André da Loba e Wasted Rita e subiram a palco nomes como Slow J, Linda Martini, Chullage, Paus, Ana Moura e Dead Combo.

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