As pragas nossas de cada dia

Com as pragas humanas lidamos todos os dias, na praça, no parque, no serviço e até mesmo nas nossas casas. Sim, as pragas somos nós

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Charles Platiau/Reuters

Como diria uma clássica composição brasileira “o homem chega, já desfaz a natureza. Tira gente põe represa, diz que tudo vai mudar”. O homem nasce, cresce e não amadurece, continua no intento de criar sua própria natureza às custas e por cima da real natureza, ou como queiram, natural natureza. A amostra exemplificativa dessa infeliz realidade é a famosa cadeia alimentar, também conhecida nos anos d.H (depois do Homem), como caveira alimentar ou desencadeia alimentar. O exemplo dos pombos vem bem a calhar nessa prisão, e não mais, cadeia alimentar.

Com o avanço desenfreado da urbanização, os insanos problemas sanitários, os quais chamamos de pragas urbanas (o que é uma grande ironia, pois esta posição deveria ser ocupada pela espécie que criou o conceito), se alastraram pelos mais diversos cantos do planeta, pombos aos milhares nas cidades, ratos na tubulação, vivendo com os restos do que chamamos esgoto, enfim, as pragas estão por aí, nos e aos montes.

Rompemos a cadeia, há muito tempo, e estamos condenados a pagar pelo ato doloso e doloroso. Já num livro bem antigo, bem conhecido da humanidade, os ataques de pragas assustavam populações, e hoje, mais de 2000 anos d.H, estamos acostumados com as pragas. Convivemos com elas todos os dias, na praça, no parque, no serviço e até mesmo nas nossas casas. No entanto, espera, quem são as pragas?

Com as pragas humanas lidamos todos os dias, na praça, no parque, no serviço e até mesmo nas nossas casas. Sim, as pragas somos nós. Chamamos de praga urbana o fruto de uma árvore podre, por nós plantada e regada com bastante esgoto. É hora de reconhecer a nossa cadeira na desencadeia alimentar e tentar de alguma forma reverter o quadro, não para nos vermos livres das pragas, porque para isso, precisaríamos da autoextinção, mas a fim de nos vermos livres das pragas nossas de cada dia.

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