Gentil Martins mantém afirmações mas pede desculpa à mãe de Ronaldo

O cirurgião, conhecido por separar gémeos siameses, diz que nunca foi sua intenção ofender a mãe de Cristiano Ronaldo, ainda que na entrevista publicada no sábado referisse que Dolores Aveiro não tinha dado “educação nenhuma” ao filho.

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Gentil Martins acusou Dolores Aveiro de não dar educação ao filho, considerando ainda que o jogador era um "estupor moral" por causa da utilização de barrigas de aluguer Reuters/ARND WIEGMANN/ARQUIVO

Depois das declarações publicadas numa entrevista ao Expresso em que afirmava que a homossexualidade era uma “anomalia” e que Cristiano Ronaldo era um “estupor moral”, Gentil Martins enviou neste domingo uma nota ao semanário em que mantém as declarações. Considera que preferia que esta polémica nunca “tivesse acontecido”, mas sublinha que se limitou a responder às perguntas dos jornalistas.

Nessa mesma nota, explica que só caracterizou Ronaldo como um “estupor moral” por ter alegadamente feito recurso a barrigas de aluguer, solução de que Gentil Martins diz discordar totalmente. “Isso nada tem a ver com os excepcionais méritos desportivos de Ronaldo, nem com a sua generosidade para com instituições sociais e crianças com dificuldades”, insiste, na nota publicada na íntegra no site do Expresso.

Além disso, o cirurgião pediátrico e antigo bastonário da Ordem dos Médicos tinha ainda acusado a mãe de Cristiano Ronaldo, Dolores Aveiro, de não ter dado “educação nenhuma” ao filho – na nota publicada neste domingo, Gentil Martins diz que não foi sua intenção ofender a mãe do futebolista, que diz não conhecer pessoalmente.

Sem fazer referências à sua posição contra o aborto e contra a eutanásia, Gentil Martins termina a nota com uma mensagem a “quem sofra” com a homossexualidade, que continua a “considerar anómala, sem no entanto deixar de respeitar os seres humanos que são”.

Na entrevista publicada no sábado, o cirurgião – que apesar de estar reformado há 17 anos continua a dar consultas e a fazer cirurgias – admitiu ser “totalmente contra” os casais homossexuais. “Ouçam, é uma coisa simples: o mundo tinha acabado. Para que o mundo exista tem de haver homens e mulheres”, disse ao Expresso, adiantando que não deixa de tratar um doente por ser homossexual, mas não aceita promover esta orientação sexual.

As declarações polémicas de Gentil Martins não foram bem recebidas por todos e há até duas médicas que querem apresentar queixa contra o cirurgião pediátrico, segundo o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães. O bastonário disse que outros médicos já mostraram desagrado com as afirmações proferidas na entrevista e descreveu o antigo bastonário como sendo “uma pessoa especial, bastonário virtuoso, grande lutador pela causa dos médicos”.

 

Nota: Notícia editada para colocar a ligação para o artigo do Expresso

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