Pedrógão: Governo acusa Passos Coelho de aproveitamento político e de "falar do que não sabe"

Pedro Marques acusou o líder do PSD de ter “repetidamente feito aproveitamento político de uma situação muito dura”, ou seja, o incêndio em Pedrógão Grande, que provocou a morte a 64 pessoas e fez mais de 200 feridos. Passos Coelho tem criticado a forma como o Governo lida com a tragédia.

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Pedro Passos Coelho acusou o Governo de "incompetência" na forma como está a lidar com as consequências do incêndio em Pedrógão Grande LUSA/JOSÉ COELHO

O ministro do Planeamento e Infra-estruturas, Pedro Marques, acusou neste sábado o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, de "falar do que não sabe" relativamente aos apoios disponibilizados pelo Governo na sequência do incêndio em Pedrógão Grande.

Em declarações aos jornalistas à margem de um evento no aeroporto de Lisboa, Pedro Marques respondeu às críticas de Pedro Passos Coelho, que acusou o executivo de "incompetência" e deu o exemplo do incêndio que deflagrou em Junho em Pedrógão Grande e que fez mais de 60 mortos, considerando que "nem quando os portugueses lhe oferecem o dinheiro para poder ajudar, mostra competência para lhes poder acudir de facto".

O ministro do Planeamento, por seu lado, entende que "o líder do PSD nesta matéria desta tragédia de Pedrógão Grande tem-se pautado por repetidamente fazer aproveitamento político de uma situação muito dura e ainda por cima falando do que não sabe".

Pedro Marques disse que "parece que há um desconhecimento tão grande" da parte de Pedro Passos Coelho que "nem sabe que já estão a ser reconstruídas habitações no terreno neste momento", recordando que há já cinco obras de recuperação de habitações no terreno e que "para a semana estarão muitas mais".

O governante, que está envolvido nos trabalhos de reabilitação das áreas afectadas pelo incêndio, explicou que, "nos primeiros dez dias após ter sido dado como controlado aquele incêndio, foi feito um levantamento exaustivo daquilo que era necessário para reabilitar e reconstruir aqueles territórios".

Já durante esse período, o Governo prestou apoio às populações "do ponto de vista social, de saúde e até do ponto de vista da alimentação dos animais" e traçou um plano de acção calendarizado que prevê que "durante o mês de Julho [sejam disponibilizados] recursos relativos ao apoio às empresas, à agricultura e às florestas".

Passos Coelho também lamentou que, um mês depois do incêndio de Pedrógão Grande, o Estado "ainda não conseguiu colocar" o dinheiro proveniente da solidariedade dos portugueses ao serviço das populações afectadas.

O ministro Pedro Marques respondeu a esta crítica e disse que o Governo constituiu um fundo para centralizar e coordenar todos os apoios recebidos "através da solidariedade dos portugueses", mas que "era o que faltava" o executivo "obrigar as pessoas a canalizar o apoio para o fundo A ou para o fundo B".

Os incêndios de Junho que deflagraram em Pedrógão Grande provocaram 64 mortos e mais de 200 feridos e consumiram mais de 53 mil hectares. Os fogos da região Centro afectaram aproximadamente 500 habitações, quase 50 empresas e os empregos de 372 pessoas.

Os prejuízos directos dos incêndios ascendem a 193,3 milhões de euros, estimando-se em 303,5 milhões o investimento em medidas de prevenção e relançamento da economia.

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