Alceu Valença mostra Forró Lunar em palcos portugueses

Cantor e compositor pernambucano faz soar no Espaço TimeOut (Lisboa) e no Hard Club (Porto) os sons do Brasil profundo. Sexta e sábado, às 22.

Foto
Alceu Valença em Lisboa, em 2015 RUI GAUDÊNCIO

Alceu Valença está a tornar-se presença assídua nos palcos portugueses, e esta é uma boa notícia para os muitos seguidores da sua música e da sua carreira. Em Janeiro de 2015, encheu as salas do Tivoli e da Casa da Música acompanhado pela Orquestra Ouro Preto. Em Julho desse ano, ainda sob influência dos santos populares, apresentou-se em Sintra, no Olga Cadaval, com um repertório mais assente nos ritmos tradicionais, o forró e o baião. Este ano, depois de se ter apresentado em Lisboa (Tivoli BBVA) e Porto (Casa da Música) com o espectáculo Vivo! Revivo! (baseado nos seus três primeiros discos a solo, dos anos 1970, Molhado de Suor, Vivo, e Espelho Cristalino), volta agora às mesmas duas cidades com Forró Lunar, revisitando os sons do Brasil profundo.

Desta vez, porém, não será em salas grandes. Esta sexta-feira, 14 de Julho, actuará no Estúdio Time Out, em Lisboa; e no dia seguinte, 15, estará no Porto, no Hard Club. Ambos os concertos estão marcados para as 22h.

Nascido a 1 de Julho de 1946 em São Bento do Una, no estado de Pernambuco, Alceu Valença dedicou o seu mais recente disco, Amigo da Arte, aos géneros do carnaval pernambucano. Na música de Alceu Valença há, segundo ele diz, um pouco de tudo: “Xote, baião, frevo, maracatu, samba meio bossa, toadas, blues, tudo o que se pode imaginar.” No palco, isso significa festa.

Neste seu projecto, Forró Lunar, Alceu interpreta temas marcantes na sua carreira como Coração bobo, Táxi lunar, Belle de jour, Cabelo no pente, Embolada do tempo, Solidão, Anunciação, Tropicana, isto a par de clássicos de Luiz Gonzaga como Vem morena, Xote das meninas, Sabiá, Asa branca e Juazeiro, ou O canto da Ema, do cantor e compositor maranhense João do Vale.

A propósito deste espectáculo, e citado pelos seus promotores, Alceu Valença diz: “Os muitos subgéneros que formam o forró vêm em sua maioria das cantigas de adjunto, dos cantos de trabalho nas lavouras de algodão, assim como acontece com o blues no Mississipi. A diferença é que temos este sotaque mourisco, mediterrâneo, essencialmente lusitano na música desenvolvida no Nordeste do Brasil. Temas como Sabiá e Olha pro céu, de Luiz Gonzaga, são claramente inspirados no fado e na marcha portuguesa. É na canção nordestina que a música brasileira se faz mais profundamente portuguesa e por isso mesmo universal”. Com Alceu Valença (voz e guitarras) estará em Portugal um quarteto composto de baixo, bateria, guitarra e sanfona. 

Sugerir correcção
Comentar