Marido de Isabel dos Santos condenado a um ano de prisão na República do Congo

O empresário congolês, acusado de fraude no sector imobiliário, acredita que a sua condenação tem motivações políticas.

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Sindika Dokolo é um forte opositor do Presidente da República Democrática do Congo fernando veludo/nfactos/ARQUIVO

O empresário Sindika Dokolo, marido de Isabel dos Santos e genro do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, afirmou nesta quinta-feira que tinha sido condenado, por fraude no mercado imobiliário, a um ano de prisão na República Democrática do Congo. Este episódio, aliado à instabilidade política que se vive no Congo, poderá afectar a relação entre os dois países vizinhos (Angola e a República Democrática do Congo).

Dokolo, que nasceu no antigo Zaire e também é coleccionador de arte, é um forte opositor do Presidente da República Democrática do Congo (sobretudo nas publicações que faz no Twitter), daí que considere que a sua sentença tenha motivações políticas. “Esta condenação é tão bruta. Parece que o Kabila e a ANR [serviços secretos] já não estão sequer preocupados com as aparências”, afirmou Sindika Dokolo em declarações à Reuters, acrescentando ainda que já tinha sido anteriormente ilibado no mesmo caso.

“Acabo de inaugurar uma fábrica de 400 milhões de dólares, J Kabila [Joseph Kabila, Presidente da República Democrática do Congo] condena-me a um ano de prisão por uma parcela de terreno”, escreveu Sindika Dokolo no Twitter, considerando que “não é credível” que o condenem por ter roubado um milhão quando investiu 400 milhões na fábrica (mais de 340 milhões de euros). Sindika Dokolo refere-se a uma nova unidade fabril de cimento angolana, inaugurada nesta quarta-feira. “O oficial de Justiça que me convocou não existe na lista do tribunal. Sem justiça, não há desenvolvimentos”, escreveu mais tarde.

Também o líder da oposição congolesa, Moise Katumbi, foi condenado no mês passado por fraude no sector imobiliário, algum tempo depois de ter anunciado a sua candidatura para substituir o Presidente Kabila. As eleições estavam inicialmente marcadas para Novembro do ano passado, mas foram adiadas em diversas ocasiões, levando a manifestações violentas nas ruas que já provocaram a morte a dezenas de pessoas. O Governo justifica que os adiamentos são causados por problemas no registo dos milhões de eleitores mas a oposição acusa Joseph Kabila de se estar a agarrar ao poder.

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