"Caminhos da Água" com 30 eventos culturais, de quinta a domingo, no Médio Tejo

A programação de Julho vai passar por lugares como o lago de Dornes e pela gruta de Avecasta, em Ferreira do Zêzere, pela praia fluvial do Penedo Furado, em Vila de Rei, e outros lugares com cursos de água em Abrantes, Alcanena, Constância, Mação e Sertã.

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Um dos locais da programação é o lago de Dornes Daniel Rocha

Cerca de 30 eventos de música, dança, teatro e novo circo vão acontecer, de quinta-feira a domingo, em sete concelhos do Médio Tejo, onde a água é o elemento dominante.

“Caminhos da Água” é o tema da segunda etapa do projecto cultural “Caminhos”, iniciado em Abril com o objectivo de “ligar pessoas, cultura e património” com uma programação itinerante, a acontecer em três momentos do ano, durante três anos, no território constituído pelos 13 concelhos que fazem parte da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (11 do distrito de Santarém e dois do de Castelo Branco).

A programação de Julho vai passar por lugares como o lago de Dornes e pela gruta de Avecasta, em Ferreira do Zêzere, pela praia fluvial do Penedo Furado, em Vila de Rei, e outros lugares com cursos de água em Abrantes, Alcanena, Constância, Mação e Sertã.

Batida, Baile dos Candeeiros, Mão Verde (Capicua e Pedro Geraldes), Tiago Correia, a fusão da dança com as artes plásticas, no espectáculo Human Brush, do francês Vincent Glowinski, são algumas das propostas que vão “circular” pelos sete concelhos, ao longo dos quatro dias, numa programação que pode ser consultada em http://caminhos.mediotejo.pt, afirma uma nota de divulgação da iniciativa.

Tiago Correia traçou um percurso artístico “AudioWalk” que desafia os visitantes a circular de auscultadores nos ouvidos pelo lago de Dornes (com sessões diárias às 10:00 e às 16:00), enquanto na gruta de Avecasta, “cenário de enorme beleza”, se irão “reinventar”, no sábado às 17:30, os sons tradicionais portugueses recolhidos por Michel Giacometti e Fernando Lopes Graça, na voz e guitarra dos Lavoisier.

O grupo Lama representará a peça de teatro “Carripana”, na sexta-feira, às 18:30, na praia fluvial do Penedo Furado, em Vila de Rei, enquanto Capicua e Pedro Geraldes levam o espectáculo único “Mão Verde” à Sertã, no sábado, às 17:30, “para falar de ecologia ao público infantil e suas famílias”, acrescenta.

“Batida e Birds Are Indie, a magia das palavras do poeta Paulo Condessa e da actriz Marina Palácio, ou os movimentos inesquecíveis na dança, que se espalhará pelas cidades, nos espectáculos Human Brush e Baile dos Candeeiros” são algumas das “surpresas” agendadas para quem se “aventurar”, nos próximos dias numa visita ao Médio Tejo, afirma a nota.

“Seja qual for o caminho seguido, certo é que todos, desde os artistas aos habitantes das aldeias, aos turistas que chegam para os ver e ouvir, estarão envolvidos numa experiência única”, acrescenta.

Esta iniciativa da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) é comissariada por Elisabete Paiva, Luís Ferreira e Ricardo Alves, numa lógica de "convergência da arte com os monumentos e espaços culturais nos percursos delineados", e do público, com artistas nacionais e internacionais, nos espectáculos.

Sob o mote "Médio Tejo - Uma região a caminho", a rede ‘Caminhos’ "integra três roteiros de formação e animação cultural associados a elementos que unem a região internamente e fortalecem a sua ligação ao mundo", disse Luís Ferreira à Lusa quando o projecto foi lançado, em Março último.

Partindo de caminhos que permitem a travessia e ligam o território – as linhas férreas, o leito dos rios e as estradas –, o projecto, que deu destaque, no primeiro momento, “caminho-de-ferro” (Abril), à dança, realça agora, no “caminho da água” (Julho), a música, e terá o teatro como tema central em Outubro (de 10 a 15), no “caminho da pedra”.

"São três grandes caminhos, três ciclos de programação em cada ano, que se desenham sobre três vias de acesso que afirmam o Médio Tejo, não apenas como lugar de enorme valor patrimonial, mas como património acessível para ser vivido", sublinhou Luís Ferreira.

O projecto está integrado na aposta da CIMT ao turismo, como uma das áreas chave para o desenvolvimento da região, não só pela atracção de visitantes como pelo “apetrechamento” e “capacitação” das comunidades “para as práticas culturais no futuro", disse.

A iniciativa foi “idealizada com a consciência de que o património não tem alma sem as pessoas, e que os caminhos são feitos por quem os percorre e se cruza com as paisagens, os monumentos, os espaços culturais, as casas, as praças, as ruas”, afirma a nota.

Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Sertã, Tomar, Torres Novas, Vila de Rei e Vila Nova da Barquinha são os treze concelhos que compõem a CIMT.