Uma bandeira de fumo negro alerta para as alterações climáticas

Projecto de artista irlandês quer mostrar o “gás invisível” cujos níveis elevados comportam um “risco internacional”, o dióxido de carbono

O fumo negro não se extingue, ondula no topo de um mastro como se de uma bandeira se tratasse. A paisagem é árida e deserta. A bandeira de fumo representa o dióxido de carbono que polui a atmosfera da Terra e quer chamar a atenção para as consequências das alterações climáticas.

Western Flag representa a localização de Lucas Gusher, “a primeira grande exploração de petróleo do mundo”, em Spindletop. Nesta pequena cidade do Texas, nos Estados Unidos da América, o início do século XX marcou o arranque da exploração petrolífera. Chegaram a ser produzidos perto de 100 mil barris de petróleo por dia. Agora seca e esgotada, esta terra é recriada numa “simulação digital” onde uma bandeira de fumo negro é perpetuada.

Apesar de parecer real, esta instalação do artista irlandês John Gerrard é virtual. A cidade de Spindletop e a bandeira de fumo criadas em computador foram projectadas, em ecrã gigante, no pátio da Somerset House, em Londres, durante uma semana, em Abril último. Os espectadores puderam ver, em tempo real, o nascer e o pôr do Sol em Spindletop, bem como todas as variantes de iluminação da paisagem.

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“Um dos grandes legados do século XX é, além da explosão da população e da melhoria dos padrões de vida, o aumento dos níveis de dióxido de carbono na atmosfera”, escreve John Gerrard. “Uma nova bandeira tenta dar uma imagem a este gás invisível, que é um risco internacional, para que seja representado. Gosto de pensar nisto como uma uma bandeira para um novo tipo de ordem mundial.”

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