Alunos do 1.º ciclo com menos 30 minutos de aulas por dia

Medida entra em vigor já em Setembro e reconhece que o intervalo da manhã faz parte da componente lectiva dos professores, noticia o JN.

Foto
ADRIANO MIRANDA

O Ministério da Educação prepara-se para aceder aos pedidos da Federação Nacional de Professores (Fenprof) e da Federação Nacional da Educação (FNE) e integrar o intervalo da manhã das aulas do 1.º ciclo na componente lectiva dos docentes – na prática, isto significa que os alunos vão ter menos 30 minutos de aulas por dia. Ou seja, passam a ter 4h30 de aulas diárias. A medida, noticia esta quarta-feira o Jornal de Notícias, entra em vigor já em Setembro.

No regresso às aulas, o intervalo passará a fazer parte do número de horas que os professores têm de leccionar por dia – cinco horas lectivas, agora divididas não só entre as aulas e o apoio ao estudo mas também com o intervalo. A informação consta já da circular sobre a organização do ano lectivo que a Direcção-Geral de Educação fez chegar às escolas no final do mês passado. Os horários do 1.º ciclo terão agora de ser reorganizados, responsabilidade que cabe aos agrupamentos.

Na prática, as escolas terão três hipóteses, segundo o JN: começar as aulas mais tarde (9h30 em vez 9h), alargar a pausa para almoço (de 1h30 para 2h) ou terminar as aulas mais cedo (15h30). Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos de Escolas Públicas, prevê que aumentar a pausa para a almoço seja a opção preferida da maioria dos directores.

Os pais, ouvidos pelo JN, apelam a que os professores “façam um acompanhamento adequado das crianças fora da sala de aulas”, como diz Jorge Ascenção, presidente da Confederação Nacional de Associações de Pais, com o seu congénere da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação a pedir ainda que “a aprendizagem não seja prejudicada pela falta de duas horas e meia de horário lectivo por semana”. Ambos falam da necessidade de as mexidas nos horários respeitarem a gestão diária de tempo das famílias.

Os professores vêem as suas competências também no acompanhamento dos intervalos oficialmente reconhecidas, diz Mário Nogueira, da Fenprof, depois de o ex-ministro Nuno Crato ter excluído estas pausas do tempo considerado lectivo. A mudança é também reconhecer a falta de auxiliares de educação nas escolas, como diz Manuel Pereira, da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, para vigiar os almoços e pausas no 1.º Ciclo.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários