Alergias alimentares nos animais: de quem é a culpa?

Como é que trato um cão ou gato com alergia alimentar? O tratamento passa por administrar rações hipoalergénicas. Isto é, rações com ingredientes pouco usados e com os quais o cão ou gato nunca tenha estado em contacto

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Os nossos animais, tal como acontece com o ser-humano, podem sofrer de intolerâncias e alergias alimentares. Ambas são reacções adversas aos alimentos, a diferença é que apenas na alergia alimentar há envolvimento do sistema imunitário.

Sabes por que razão é que os gatos não podem beber leite? Este é um óptimo exemplo de uma intolerância alimentar. Ao tornarem-se adultos, os nossos animais (bem como 30% dos humanos) perdem a capacidade de produzir a enzima lactase que digere o açúcar do leite (lactose). Resultado? A lactose não é absorvida e acaba por gerar inchaço abdominal, diarreia e flatulência.

Na intolerância não há envolvimento do sistema imunitário, mas na alergia alimentar há. Isto implica que haja uma exposição prévia ao alimento para que o sistema imunitário fique sensibilizado ao alergénico. Como todas as alergias é um “erro” do organismo que considera perigosa uma substância inofensiva. O principal sintoma é a comichão e inflamação da pele.

Como é preciso um contacto prévio com o alimento, os cães e gatos desenvolvem alergias aos ingredientes mais usados em rações. O resultado é um top de alergénicos para cães e gatos que inclui carne de vaca, soja, lacticínios e trigo, seguido de outras proteínas animais.

Então não são os grãos e os hidratos de carbono das rações “fracas” os grandes causadores das alergias alimentares? Simplesmente, não. O alergénico é normalmente uma proteína e, na maioria dos casos, de origem animal. Isto quer dizer que mesmo rações com baixas fontes de hidratos de carbono que incluem estas carnes podem causar alergia (ou mesmo servindo-lhes um bife acabado de grelhar).

De quem é a culpa? De ninguém. A grande variedade de ingredientes das rações causa uma exposição a potenciais alergénicos, mas o desenvolvimento da alergia depende do organismo. Pensa-se que debilidades individuais na barreira intestinal poderão potenciar o contacto com o alergénico e desenvolvimento da alergia alimentar.

Como é que trato um cão ou gato com alergia alimentar? O tratamento passa por administrar rações hipoalergénicas. Isto é, rações com ingredientes pouco usados e com os quais o cão ou gato nunca tenha estado em contacto.

Resumindo, a alergia alimentar não pode ser prevenida. A procura de rações sem hidratos de carbono, corantes ou aditivos pelo dono tem como objectivo preservar a saúde do seu animal de estimação. No entanto, não reduz o risco do aparecimento da alergia alimentar.

Podes saber mais sobre a alergia alimentar e a intolerância alimentar nos nossos animais de companhia no site O Meu Animal.

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