Cativações de 361 milhões na Infra-estruturas de Portugal motivaram novas reclamações ao Governo

Ouvido no Parlamento, o presidente da empresa pública admite que falta, verbas para a rede rodoviária.

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António laranjo afirma que houve um desinvestimento na rede viária que se notou Paulo Pimenta

A Infra-estruturas de Portugal (IP) tem este ano cativos 361 milhões de euros, o que motivou novas reclamações junto do Governo, informou nesta terça-feira o presidente da empresa pública, em comissão parlamentar. O líder da empresa, que resultou da fusão da Refer - Rede Ferroviária Nacional com a EP - Estradas de Portugal, António Laranjo, afirmou que “o valor dos cativos para 2017 é de 361 milhões de euros, dos quais 221 milhões de euros afectos às Parcerias Público Privadas (PPP)”.

“Os restantes 140 milhões de euros são os que hoje foram impostos à IP”, precisou o responsável, na comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas, acrescentando que estas cativações voltaram a motivar queixas ao executivo. “À semelhança de comunicações feitas no ano passado, e já feitas este ano também, não deixamos de reclamar sobre o retirar destes cativos ou de parte destes cativos para que possamos cumprir com o nosso orçamento para 2017”, afirmou aos deputados.

António Laranjo também admitiu serem insuficientes as verbas da IP para o investimento na rede rodoviária, garantindo que a “exigência em matéria orçamental” que o seu conselho de administração defende já foi transmitida à tutela.

O deputado comunista Bruno Dias referiu uma “paralisação brutal de investimento, de conservação e de manutenção que levou a necessidades e exigências mais flagrantes da rede para o presente e para o futuro”. Em resposta, António Laranjo afirmou que “há, de facto, um desinvestimento que se notou”, acrescentando existirem “matérias que são consequências dos últimos anos que este país viveu” e que as verbas destinadas à rede rodoviária têm estado em “linha com o anterior”.

“Se me perguntar se são suficientes: não são suficientes. Têm que retomar a outros níveis (...) A exigência deste conselho de administração tem sido transmitida à tutela em matéria orçamental”, garantiu.

O líder da IP garantiu o “esforço muito significativo no que diz respeito à rede rodoviária” e notou o muito que, em seu entender, foi feito em conservação e limpeza. No entanto, ressalvou: “Seguramente, muita coisa há por fazer, o que tem implicações com as verbas destinadas para essa matéria”.

Sobre o aumento de contratação de serviços externos, António Laranjo justificou-o com o “aumento das atividades de conservação” e de cobrança de portagem. António Laranjo revelou ainda haver autorizações para admissões, depois de explicar que o trabalho extraordinário registado é “consequência da falta de meios e de uma exigência que se tem tido”. A "luz verde" para admissões chegou para “áreas que actualmente estão muito sobrecarregadas, nomeadamente o centro de controlo de circulação”, concretizou.

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