Ampliação do Victoria & Albert tem a mão de Amanda Levete

Arquitecta do MAAT é a autora da nova entrada do museu londrino, que em Setembro inaugura uma exposição sobre a história da ópera.

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O projecto de Levete vai mostrar “o melhor do design contemporâneo, e simultaneamente celebrar a beleza do edifício histórico do V&A” RUI GAUDÊNCIO

A primeira grande exposição acontecerá só a partir de 30 de Setembro, numa prometida viagem imersiva a quatro séculos da história da ópera, mas é já esta sexta-feira (dia 30) que os londrinos e visitantes vão poder aceder ao Victoria & Albert Museum (V&A) pela sua nova entrada, junto ao Museu da Ciência e História Natural, em South Kensington.

Com a designação de Exhibition Road Quarter, a ampliação daquele edifício já com mais de um século de história contempla não apenas uma nova porta, mas também um pátio, uma cafetaria e uma galeria para exposições temporárias na cave, com uma área de mais de mil m2. A autora do projecto é a arquitecta britânica Amanda Levete, a mesma do Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa.

Esta é a primeira grande intervenção feita no último século ao edifício projectado por Sir Aston Webb (1849-1930), e a direcção do museu espera, com ela, aumentar de forma pronunciada o número dos seus visitantes, que no ano passado ultrapassou os 3,4 milhões.

As obras começaram em 2014, e o projecto de Amanda Levete foi escolhido de uma shortlist de seis arquitectos, de entre as 110 candidaturas apreciadas pela instituição. O projecto de Levete vai mostrar “o melhor do design contemporâneo, e simultaneamente celebrar a beleza do edifício histórico do V&A”, promete o museu no comunicado de apresentação deste novo capítulo da sua história. Em complemento, a arquitecta lembra o grande prestígio do V&A, e o facto de se tratar tanto de uma casa das artes como da arquitectura. “Eu sempre sonhei com trabalhar num grande projecto público e cultural desde que comecei como arquitecta, e não podia ter sido melhor do que isto”, comentou Levete, lembrando não ter desenhado apenas uma nova galeria, mas ter criado “um novo espaço público para Londres”, com o qual o museu vai ganhar uma relação nova com a rua.

Além de ser apresentado como o primeiro pátio revestido com azulejos de cerâmica no Reino Unido, a nova entrada estabelece um diálogo estético com as arcadas desenhadas por Aston Webb ainda no século XIX.

O custo das obras ascendeu, segundo o jornal The Art Newspapper, a 49,5 milhões de libras (equivalentes a mais de 56 milhões de euros), que em mais de três quartos foi custeado por personalidades, entidades e fundações privadas – cujos nomes foram atribuídas aos novos espaços.

O investimento que o V&A tem vindo a fazer, nos últimos anos, na modernização das suas instalações vem de par com uma abertura programática a novas áreas acção, bem expressa com a exposição dedicada, em 2013, aos arquivos de David Bowie, e aquela que presentemente aí revisita a história dos Pink Floyd (até 1 de Outubro).

A 30 de Setembro, será inaugurada a exposição Opera: Passion, Power and Politics, que, pegando em seis casos exemplares, faz a história da repercussão de estreias e da recepção social de grandes títulos da herança operática, de As Bodas de Fígaro, de Mozart (Viena, 1786), a Tannhaüser, de Wagner (Paris, 1861), ou Salome, de Strauss (Dresden, 1905).

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