Passos Coelho diz que Governo "só mostrou servir para as horas boas"

Líder do PSD voltou a acusar o Governo de falhar no incêndio de Pedrógão Grande e no assalto em Tancos.

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LUSA/Paulo Cunha

O presidente do PSD, Passos Coelho, sublinhou neste domingo que, no furto nos paióis de Tancos e no incêndio em Pedrógão Grande, não foi possível "identificar um Governo que governe", criticando o executivo por só servir "para as horas boas".

No espaço de quinze dias, "no coração de políticas públicas que deveriam existir no Estado para garantir a tranquilidade, a defesa e a segurança das pessoas, o Estado falha em aspetos que são essenciais", considerou Pedro Passos Coelho, que falava durante o jantar de apresentação da candidatura de Célia Marques à Câmara Municipal de Alvaiázere, no distrito de Leiria.

Segundo o líder social democrata, nas duas situações, o "Governo só mostrou servir para as horas boas", sendo que, "quando aparece algum imprevisto ou alguma coisa má, o Governo desaparece".

Das duas vezes, vincou Passos Coelho, "não conseguimos identificar um Governo que governe, que tome uma ação decidida, que tranquilize as pessoas, que saiba o que está a fazer".

"É isso que mais intranquilidade pode vir a gerar no país: sabermos que, com este Governo, não podemos contar para aquilo que é difícil, para aquilo que é importante, para as horas em que se tem de mostrar liderança política e acção política", disse.

Passos criticou ainda o Governo por não preparar "com tempo" o apoio aos territórios de baixa densidade, defendendo que o executivo tem de "pensar mais no futuro".

"Não é só um Governo que escapa, em termos de comunicação, à responsabilidade e à liderança quando é preciso. É um Governo que também estrategicamente dedica muito pouco tempo a preparar o futuro", frisou Passos Coelho.

Segundo o ex-primeiro-ministro, o Governo não prepara "as coisas com tempo".

"Não prepara na Segurança Social, não prepara nos territórios de baixa densidade, apesar de ter quase uma unidade de missão que andou a estudar durante demasiado tempo para concluir tão pouco e que se aproveite para estes nossos territórios", considerou o líder social democrata.

"Durante o discurso, Passos Coelho frisou que o seu partido está à espera do consenso dos outros para "que se possa avançar no reconhecimento do estatuto dos territórios de baixa e de muito baixa densidade".

"É aquilo que nos permitirá que o Estado possa tratar diferente o que é diferente", explanou, referindo que é importante que haja "um enquadramento para que os municípios possam lutar" pela atração do investimento e fixação de pessoas.

A captação de empresas e criação de emprego, sublinhou, "não se faz sem enquadramento político".

Para Passos Coelho, tem de haver distinção na lei para áreas "que estão sobrelotadas de gente" e para territórios que "quase não têm pessoas".

Para além da distinção que "tem de vir da própria lei", têm também de existir "meios disponíveis" e fundos adequados para a atração de investimento, defendeu o líder social democrata.

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