Pragmatismo alemão conquista Taça das Confederações

Chilenos prometeram muito, falharam várias oportunidades, acabando por ser derrotados por um clamoroso erro defensivo, aos 20'. A juventude germânica bateu o pé à veterania sul-americana.

Stindl não desperdiçou o brinde da defesa chilena e a Alemanha festejou mais um título
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Stindl não desperdiçou o brinde da defesa chilena e a Alemanha festejou mais um título LUSA/SRDJAN SUKI
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EPA/YURI KOCHETKOV

O pragmatismo alemão voltou a fazer toda a diferença numa partida decisiva e os actuais campeões mundiais juntaram, neste domingo, ao seu rico espólio a primeira Taça das Confederações do seu historial. Na final frente ao Chile, em São Petersburgo, na Rússia, depois de 20’ de intenso domínio dos sul-americanos, a equipa germânica aproveitou um erro clamoroso da defesa adversária para apontar o golo do triunfo (0-1), no seu primeiro lance atacante.

A diferença de estilos de futebol e de atitude entre os dois finalistas do torneio, que serve de antecâmara do próximo Mundial, ficou patente logo na forma como os jogadores entoaram os hinos nacionais. A emoção dos chilenos contrastou drasticamente com a sobriedade alemã. Era o preâmbulo do que iria seguir-se.

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Os sul-americanos entraram a todo o vapor e com a faca nos dentes, empurrando os europeus para bem perto da sua baliza, numa repetição do argumento do filme da partida entre os dois conjuntos, ainda na fase de grupos (1-1). As oportunidades junto da baliza de Ter Stegen foram-se sucedendo, mas a falta de calma traía a linha avançada chilena, com Vidal, Sánchez e Vargas a falharem na finalização.

Foram 20’ de intensa pressão do carrasco de Portugal nas meias-finais, que esbarraram numa defesa alemã sobrecarregada, mas não descomposta. Mesmo sem grande posse de bola e com as linhas de passe quase sempre fechadas logo na primeira fase de construção, os germânicos não perderam a calma. Um calculismo que deu frutos no primeiro de vários erros defensivos da defesa chilena.

Sem qualquer registo atacante até então, valeu ao conjunto de Joachim Löw um desastroso Marcelo Díaz que, na ânsia de retirar uma bola do alcance de Stindl, a colocou nos pés de Werner. O jovem avançado, de 21 anos, do Leipzig, ficou isolado perante Claudio Bravo, mas, de forma altruísta, cedeu a bola a Stindl, para este finalizar e se tornar na figura desta final.

Um rude golpe para o Chile, do qual não iria recompor-se. Pelo contrário, somou mais alguns deslizes junto da sua baliza que poderiam ter decidido a partida, de vez, ainda na primeira metade. E, após o reatamento, o nervosismo foi-se apoderando dos temperamentais sul-americanos, que deixaram perder tempo e concentração com algumas quezílias evitáveis.

A Alemanha, que chegou à Rússia sem algumas das suas maiores vedetas, apostando num “onze” para esta final com uma média etária inferior a 25 anos (a menor de sempre no torneio), não comprometeu as aspirações de uma geração de campeões mundiais. Muitos destes jogadores serão candidatos a regressar no próximo ano para defender o título, conquistado no Brasil, há três anos.

Já o Chile, que ainda está longe de carimbar o apuramento para o Mundial de 2018, deixou excelentes impressões nesta competição, mesmo que tenha vencido apenas uma das cinco partidas disputadas (empatou as restantes quatro, tendo ultrapassado Portugal na decisão por penáaltis). Na terceira final disputada nos últimos três anos, durante os quais venceu duas edições da Copa América (2015 e 2016), “La Roja” acabou por ceder.

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