DGS nega ter profissionais ligados a associações antivacinas

Bastonário da Ordem dos Médicos acusou a Direcção-Geral de Saúde de ter pessoas ao seu serviço que estão ligadas a associações antivacinas.

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NUNO FERREIRA SANTOS

A Direcção-Geral da Saúde (DGS) considera sem fundamento a acusação do bastonário da Ordem dos Médicos de que tem ao seu serviço pessoas ligadas a associações que são contra a vacinação.

"[A acusação] Não tem qualquer fundamento", disse à Lusa o director-geral da Saúde, Francisco George. O responsável adiantou que no dia 23 de Junho se encontrou com o bastonário e com representantes do Centro, Sul e Norte da Ordem dos Médicos, iniciando "um processo de diálogo" sobre diversas matérias, entre elas as vacinas.

Numa entrevista à Lusa divulgada esta sexta-feira, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, acusou a DGS de ter a trabalhar pessoas ligadas a associações que são contra a vacinação quando este organismo tem a obrigação de defender a saúde pública e de recomendar fortemente as vacinas. Ouvido nesta sexta-feira pela Lusa, Francisco George disse que o processo de diálogo iniciado a 23 de Junho decorreu "de forma tranquila", ainda não terminou e "aparentemente não há divisões de fundo".

Recentemente relançou-se em Portugal um debate sobre a importância da vacinação, depois de um surto de casos de sarampo, maioritariamente em pessoas não vacinadas, e que acabou por provocar a morte a uma jovem de 17 anos.

Na entrevista, o bastonário defendeu ainda que o Governo já devia ter apresentado queixa no Ministério Público contra associações que fazem publicidade contrária às vacinas.

"Está a acontecer um fenómeno sobre o qual o Governo nada está a fazer, que é a publicidade que está a ser feita sobre a questão da vacinação por algumas instituições. Não podemos aceitar que, por exemplo, a chamada Sociedade Portuguesa de Homeopatia passe a mensagem de que as vacinas são más. E estou a ser simpático, porque o que dizem sobre vacinas é absolutamente pavoroso", afirmou o bastonário.

Segundo Miguel Guimarães, a Ordem pode mesmo, "num futuro muito curto", equacionar a parceria que tem com a DGS em relação à elaboração de normas de orientação clínica, recomendações que funcionam como instrumentos de apoio à decisão clínica. "Temos uma parceria com a DGS para as normas de orientação clínica. Não sei se esta parceria deve ou não manter-se. Pode ser perfeitamente a Ordem a fazer as recomendações clínicas", avisa Miguel Guimarães.

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