Andante nos comboios do Vouga, Valongo, Paredes e Santo Tirso pode chegar até ao Outono

Presidente do Conselho Metropolitano do Porto diz que medida deve estar implementada em "Setembro ou Outubro"

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Um só bilhete poderá bastar para circular no Porto, Valongo ou a linha do Vouga Nelson Garrido

Já há um “acordo genérico” para que o Andante possa ser alargado a algumas linhas da CP – Comboios de Portugal e o Conselho Metropolitano do Porto (CmP) diz ser “expectável” que essa possibilidade se concretize no prazo de quatro meses. A informação foi prestada aos autarcas da Área Metropolitana do Porto (AMP) na reunião do CmP desta sexta-feira, com a ressalva que, neste momento, o que é preciso fazer para avançar o processo já não depende deste órgão, mas da própria CP e do TIP – Transportes Intermodais do Porto.

A 16 de Junho, representantes da AMP, do TIP e da CP reuniram-se para analisar os estudos que definiram o impacto económico da introdução do Andante em algumas linhas ferroviárias e as conclusões apontam para que haja perdas da CP a rondar os 100 mil euros anuais. Um valor que não é muito significativo, mas que, por ser uma perda, necessitará sempre que o Ministério do Planeamento e das Infra-estruturas autorize a CP a assumir, explicou Avelino Oliveira, da AMP. Esta é uma das razões para o processo ainda não estar fechado, a outra é a necessidade de o TIP garantir que as máquinas que processam os bilhetes nas linhas envolvidas vão funcionar no momento certo. E, para não haver falhas, será preciso um período de testes de pelo menos “vinte dias”, apontou o membro da comissão executiva da AMP.

As vantagens para a população também já estão contabilizadas e as pessoas que poderão ser beneficiadas com a introdução do Andante nestas linhas chegam às 346 mil. Avelino Oliveira especificou que está em causa a integração da linha do Vouga, entre Espinho e Oliveira de Azeméis, com 18 estações e afectando 195 mil passageiros por ano; o troço entre Espinho (centro) e Paramos, com duas estações, e 18 mil passageiros/ano; os urbanos da Trofa até Santo Tirso (Vila das Aves), com quatro estações e 41 mil passageiros/ano; e a linha urbana entre Valongo e Paredes, com nove estações e 92 mil passageiros/ano.

O líder do CmP, Emídio Sousa, disse acreditar que o alargamento possa estar concluído “em quatro meses”, apontando os meses de “Setembro ou Outubro” como as datas previsíveis para que os passageiros daquelas linhas possam começar a usar o Andante. Avelino Oliveira acedeu, afirmando que era “expectável” que esses prazos fossem cumpridos.

Na reunião desta sexta-feira, os autarcas voltaram a debruçar-se sobre o tema da descentralização de competência, insistindo que ela não pode ser um peso para as autarquias. O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, insistiu na necessidade de se conhecer os recursos financeiros que irão acompanhar essa transferência de competências e anunciou que na sua autarquia foi criado um grupo de trabalho com todas as forças políticas, na busca de uma “posição conjunta” sobre esta matéria.

Moreira ouviu alguns dos colegas dar-lhe os parabéns pela integração do Porto na luta pela candidatura portuguesa a receber a sede da EMA – Agência Europeia do Medicamento, mas o autarca desvalorizou a questão, dizendo: “Ainda não ganhamos nada”. Se o Porto for escolhido como a cidade candidata nacional “aí, sim, já se ganhou alguma coisa”, defendeu, anunciando que a decisão final sobre qual a cidade europeia que irá acolher a agência que deverá abandonar o Reino Unido em sequência do Brexit, foi “adiada para Novembro”.

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