Já não há desaparecidos em Pedrógão Grande

Os últimos 12 nomes que constavam da lista da Polícia Judiciária foram localizados sexta-feira. Estavam entre os mortos e feridos, já contabilizados, ou nem se encontravam na zona afectada pelos incêndios.

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O incêndio fez 64 mortos e 254 feridos Daniel Rocha

Já não existem pessoas dadas como desaparecidas na sequência do incêndio em Pedrógão Grande. A Polícia Judiciária (PJ) encerrou este dossier na noite do último sábado, depois de ter localizado as últimas 12 pessoas que estavam dadas como desaparecidas. A maioria estava entre as vítimas mortais já contabilizadas ou entre os feridos hospitalizados.

Durante os dias seguintes à catástrofe, que vitimou 64 pessoas e feriu outras 254, a linha informativa aberta pela Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) recebeu mais de um milhar de chamadas. Muitas estavam relacionadas com o paradeiro desconhecido de pessoas que estariam na zona.

Estes pedidos foram reencaminhados para a PJ que, através do cruzamento de dados, foi fazendo uma despistagem numa lista que, sexta-feira, dia 23, estava reduzida a 12 pessoas. “Foi feito um cruzamento de dados, necessário face à confusão e ao volume de informação que chegou através daquela linha”, explicou ao PÚBLICO fonte da PJ, precisando que após essa triagem concluiu-se que essas pessoas estavam entre as vítimas mortais e os feridos. Algumas, poucas, não chegaram a estar na zona durante os incêndios.

À central da ANPC chegaram também vários pedidos de informação de gabinetes consulares sobre o paradeiro de cidadãos estrangeiros, entre os quais estavam os nomes do casal francês que viria a apurar-se estar entre as vítimas. O homem morreu no incêndio e a mulher foi hospitalizada.

A maioria dos contactos para a linha da Protecção Civil (800 246 246), que continua activa, foi relacionada com pedidos de informações sobre acessibilidades na zona afectada. “Os dados ainda não estão consolidados, mas entre 60 a 70% das chamadas foram de pessoas que queriam saber se uma determinada via estava aberta ou como podiam atravessar aquelas localidades”, adiantou ao PÚBLICO Jorge Dias, da ANPC, que está a coordenar aquela central telefónica.

O trabalho da Protecção Civil, explica, foi encaminhar os vários pedidos que foram chegando para as entidades competentes. Se os contactos sobre o paradeiro de pessoas foram transmitidos à PJ, questões como acessibilidades foram tendo respostas imediatas através de consultas ao site da Estradas de Portugal, enquanto informações sobre feridos foram dirigidas ao INEM.

Já os pedidos relacionados com alojamento e ajuda de emergência foram dirigidos para a Segurança Social, que instalou na zona seis centros de acolhimento psicossocial: Pedrógão Grande, Castanheira de Pera (dois), Figueiró dos Vinhos, Ansião e Avelar.

Os dias de maior pressão na linha foram os imediatamente a seguir à tragédia, o que obrigou a ANPC a reforçar a equipa. Muitas chamadas não tiveram seguimento, explica Jorge Dias, uma vez que algumas pessoas confundiram o número que passou nas estações de televisão generalistas com uma linha de valor acrescentado para ajudar as vítimas.

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