Paraplégico obrigado a rastejar para embarcar num avião japonês

A companhia aérea de baixo custo Vanilla Air disse que não podia deixar entrar o passageiro com a cadeira de rodas por razões de segurança.

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A Vanilla Air pediu desculpas por ter impedido a entrada do passageiro Facebook

Uma companhia aérea japonesa de baixo custo obrigou um passageiro paraplégico a subir as escadas de um avião sem qualquer ajuda, alegando razões de segurança. Entretanto, a empresa emitiu um pedido de desculpas e informou que já tomou medidas para facilitar o embarque de pessoas com deficiências motoras.

O caso ocorreu a 5 de Junho, quando Hideto Kijima se preparava para embarcar num voo da Vanilla Air, a subsidiária low-cost da All Nippon Airways. A tripulação informou-o de que não poderia entrar no avião se não o fizesse pelos seus próprios meios. Impossibilitado de qualquer movimento da cintura para baixo, o homem de 44 anos teve de rastejar para subir as escadas que davam acesso à aeronave.

“Qualquer que tenha sido a razão, senti que não me queriam a bordo”, disse Kijima, citado pelo Japan Times. Dias antes, o homem tinha viajado na mesma companhia entre o aeroporto de Osaka e a ilha de Amami, tendo sido autorizado a ter ajuda de outros passageiros para subir as escadas. A exigência pouco comum aconteceu no voo de regresso.

Kijima é presidente do Centro de Turismo Acessível do Japão, uma associação que documenta as dificuldades na acessibilidade para turistas com deficiências motoras no Japão. Desde que ficou paralisado da cintura para baixo, em 1990 na sequência de um acidente enquanto praticava rugby, diz ter estado em mais de 200 aeroportos em 158 países e nunca foi impedido de entrar num avião.

Kijima disse esperar que o seu caso sirva como “um exemplo” e pediu às autoridades aeroportuárias para tomarem medidas para que este tipo de ocorrências não volte a suceder.

Um porta-voz da Vanilla Air disse ao Japan Times que a proibição de subir as escadas com uma cadeira de rodas está relacionada com “questões de segurança”, mas que os passageiros que o desejassem fazer tinham de notificar a companhia com cinco dias de antecedência.

Entretanto, a empresa anunciou que tomou medidas para contornar o problema e instalou uma cadeira especial para ajudar os passageiros com dificuldades motoras que embarquem no aeroporto de Amami.

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