Catarina Martins e Carlos Carreiras propõem duas soluções para o SIRESP

A bloquista quer um sistema público que comunicações. O social-democrata sugere que se rescinda o actual contrato.

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Um camião do SIRESP em actividade Daniel Rocha

À esquerda e à direita começam a surgir soluções relativamente ao que fazer com o Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal, o conhecido SIRESP. Carlos Carreiras, presidente da Câmara de Cascais e coordenador autárquico do PSD defende esta quarta-feira, no jornal i, que o contrato deve,"naturalmente", rescindir-se. Catarina Martins, líder do Bloco que Esquerda, disse, menos de 24 horas antes, que Portugal já devia ter aprendido que precisa de um sistema de comunicações de emergência público.

"A úncia solução que resta ao primeiro-ministro é olhar estes senhores nos olhos e dizer-lhes em nome do país: 'Não servem, vão à vossa vida e nem sequer pensem em pedir-nos mais um tostão que seja. Já pagámos um preço demasiado elevado por termos confirado em vós'", escreve Carlos Carreiras.

O autarca utiliza expressões como "consórcio de falidos (PT, BPN, BES... estão todos lá" ou "especialistas em criar buracos" para se referir ao SIRESP, que durante o período crítico do incêndio em Pedrógão Grande, soube-se na terça-feira, teve cinco das suas estações em baixo e a estação mais próxima registou níveis de saturação de chamadas elevados.

A empresa elaborou entretanto um relatório, no qual conclui que "esteve à altura" dos acontecimentos e refere que "não houve interrupção no funcionamento da rede SIRESP, nem houve nenhuma estação base que tenha ficado fora de serviço em consequência do incêndio". Mas, admite, registaram-se "situações de saturação".

A proposta de Catarina Martins é outra. A coordenadora do Bloco de Esquerda defendeu que à frente do negócio do SIRESP deve estar a segurança das populações, razão pela qual a melhor opção seria um sistema público de comunicações de emergência.

"Infelizmente, não é a primeira vez que o SIRESP tem falhas e já devíamos ter aprendido que precisamos de um sistema de comunicações integralmente público, com responsabilidade pública, e que à frente do negócio de uma PPP [parceria público-privada] esteja a segurança das populações", disse em Serpa, no distrito de Beja.

Para a bloquista, "o modelo do SIRESP é um modelo que já se sabe que falha, que é inútil, que fica caro demais", frisou, lembrando que o Bloco de Esquerda foi contra o modelo desde o início. "E o SIRESP não serve para os dias fáceis, o SIRESP serve para os momentos complicados", quando "é preciso que as coisas funcionem", e "uma excessiva concentração não ajuda a ultrapassar as dificuldades", disse.

Houve dois motivos para que o Bloco de Esquerda não defendesse a assinatura do contrato com a SIRESP, SA, quando tal aconteceu. Primeiro "porque o modelo financeiro é absurdo, é uma PPP que custou ao Estado cinco vezes mais do que o custo concreto de montar o sistema, e não tem nenhum sentido que seja um privado a ter na mão um sistema tão importante de comunicações, é uma responsabilidade pública do Estado", explicou. Em segundo lugar, continuou, "também desde o início, o Bloco de Esquerda levantou dúvidas sobre o próprio modelo de funcionamento técnico, porque o SIRESP ao concentrar demais provoca que quando haja um problema qualquer há muito tipo de comunicações que fica impossibilitado". Com Lusa

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