Já se sabe qual a data de regresso, falta saber se a chegada é em festa

Selecção disputa com o Chile um lugar na final da Taça das Confederações. Raphaël Guerreiro é baixa certa e Bernardo Silva está em dúvida, mas a confiança de Fernando Santos é inabalável: “Com estes jogadores vou até ao fim do mundo”

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Reuters/MAXIM SHEMETOV

A frase foi dita cinco dias depois da estreia de Portugal no Euro 2016, quando a selecção nacional já somava empates com Islândia e Áustria: “Já disse à minha família que só volto dia 11 e vou ser recebido em festa”, atirou Fernando Santos em jeito de desafio. A história acabou como se sabe – a equipa portuguesa foi superando barreiras até à final, vencendo a anfitriã França no prolongamento, com um golo de Éder. O título europeu permitiu a estreia da selecção na Taça das Confederações e, ultrapassada a fase de grupos, também já não restam dúvidas: independentemente do desfecho da meia-final de hoje contra o Chile (19h, RTP1) a comitiva só regressa a Portugal no dia 3 de Julho. Em caso de vitória segue-se a final; se perder, a equipa portuguesa disputará o jogo de atribuição dos terceiro e quarto lugares.

“Vou regressar no dia 3, não há outra solução. Espero é regressar feliz. Esse é o meu desejo”, confessou o seleccionador Fernando Santos, na conferência de imprensa de antevisão do encontro com os chilenos, em Kazan. “Motiva-me, claro, saber que podemos alcançar mais um feito histórico. Mas o jogo mais importante da minha vida como treinador foi em Saint-Denis, frente à França, quando me estreei como seleccionador do meu país”, acrescentou o técnico.

O desgaste de uma época longa tem obrigado Fernando Santos a gerir os recursos que tem à disposição – só os guarda-redes José Sá e Beto e o defesa Luís Neto ainda não jogaram nesta Taça das Confederações – e há pelo menos uma baixa certa para o encontro desta tarde. “[Raphaël Guerreiro] continua a fazer tratamento. Vamos esperar pela sua evolução. Mas é certo que não vai poder participar no jogo com o Chile”, revelou. Bernardo Silva está em dúvida: “Ainda vamos ter mais 24 horas para analisar. Fez treino de adaptação e esteve no relvado com os restantes jogadores. Não reagiu mal, mas vamos ter que esperar.”

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“Quando se chega a uma meia-final, qualquer cansaço que possa existir é superado e passa para segundo plano, tal o desejo de chegar à final”, vincou Fernando Santos, reforçando a sua “total confiança” na equipa. “Acredito nos meus jogadores, na sua vontade, na sua determinação, na sua coragem. Com estes jogadores vou até ao fim do mundo e vou sempre à frente.”

Do lado dos jogadores, Fernando Santos pode contar com entrega total, garantiu Adrien Silva: “A nossa responsabilidade é sempre a mesma, que é representar o país da melhor forma possível. Temos vindo a traçar um caminho muito bom, mas não queremos ficar por aqui. A equipa está motivada para poder fazer outra vez história”. “Vai ser um jogo muito intenso em todos os aspectos, em todos os sectores do campo”, previu o médio do Sporting.

A partida vai opor as duas únicas selecções estreantes ainda em prova (a outra era a anfitriã Rússia, já eliminada). O Chile, vencedor das duas últimas edições da Copa América, foi segundo classificado no Grupo B e tem estado aquém das expectativas – a única vitória, sobre os Camarões, foi obtida com golos já na recta final do encontro e no último jogo da fase de grupos, frente à Austrália, os chilenos estiveram em desvantagem e sentiram algumas dificuldades. “O nosso primeiro objectivo era chegar às meias-finais. Conseguimos. Sabemos que vamos ter um jogo muito difícil, mas posso garantir que Portugal também vai ter um jogo muito difícil. A nossa intenção é fazer tudo para estarmos na final”, resumiu o seleccionador do Chile, Juan Antonio Pizzi. “Cristiano Ronaldo é parte da equipa de Portugal e não a equipa de Portugal. Claro que teremos mais cuidado com ele, mas nada de especial”, concluiu o técnico.

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