Macron garante que França não aceita anexação da Crimeia

Presidente francês reuniu-se com homólogo ucraniano, que admite estar "muito mais optimista".

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Macron e Poroshenko Reuters/PHILIPPE WOJAZER

Emmanuel Macron garantiu esta segunda-feira que França não vai aceitar a anexação da Crimeia pela Rússia. As declarações do Presidente gaulês foram realizadas depois de um encontro com o Presidente ucraniano, Petro Poroshenko, em Paris.

Citado pela Reuters, Macron diz que a chanceler alemã, Angela Merkel, partilha da mesma determinação para resolver o conflito na Ucrânia. A convicção do Presidente francês é de que a guerra que opõe o exército ucraniano e as forças separatistas pró-russas não pode ser resolvida fora do âmbito dos Acordos de Minsk, assinados em Fevereiro de 2015.

Este memorando, mediado pela França, Alemanha e Rússia, contempla um regime de cessar-fogo que nunca foi totalmente respeitado por nenhum dos lados. Na linha da frente, continuam a ser comuns as trocas de tiros e os bombardeamentos esporádicos, que comprometem os esforços para encontrar uma solução diplomática para o conflito que já matou mas de dez mil pessoas e desalojou mais de 1,5 milhões.

Poroshenko admite que se sente “muito mais optimista” depois do encontro com o Presidente francês. Os dois líderes concordaram em agendar uma nova reunião no chamado "formato da Normandia", que inclui também a chanceler alemã e o Presidente russo, Vladimir Putin, ainda antes do encontro do G-20, que decorre a 7 e 8 de Julho.

As declarações de Macron surgem dias depois de o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, ter sugerido que a solução para o conflito poderia estar fora dos Acordos de Minsk. "É bastante possível que os Governos da Ucrânia e da Rússia possam alcançar uma resolução satisfatória através de alguma outra estrutura que não Minsk, mas que alcançasse os objectivos de Minsk, com os quais estamos comprometidos", disse Tillerson durante uma sessão da comissão de Negócios Estrangeiros da Câmara dos Representantes.

O Presidente francês comentou as delcarações de Tillerson. "Percebo que para alguns não seja a solução ideal.. Mas ainda não vi uma solução melhor. O que está em causa não são os princípios por trás dos Acordos de Minsk, mas a sua aplicação diária, no terreno", explicitou.

O ministro dos Negócios Estrangeiros ucranianio, Pavlo Klimkin, disse à Reuters que não está particularmente preocupado por existir um esforço diplomático paralelo norte-americano. A prioridade é conseguirem-se resultados. "Os EUA estão a estudar a melhor forma de se envolverem neste processo", sugeriu. "O que interessa é manter o compromisso comum em obter resultados e se o nível de coordenação se mantém o suficiente."
 

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