Visabeira quer transformar Pavilhões do Parque das Caldas da Rainha em hotel

Projetados nos finais do século XIX por Rodrigo Berquó para internar aquistas e fazer da cidade uma verdadeira estância termal, os Pavilhões dos Parque nunca chegaram a cumprir essa função.

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Sandra Ribeiro

Os Pavilhões do Parque das Caldas da Rainha deverão ser concessionados à Visabeira, a única empresa que concorreu à exploração daquele património centenário, propondo investir 15 milhões de euros na construção de um hotel de cinco estrelas.

O prazo para a entrega de propostas para a concessão dos Pavilhões do Parque das Caldas da Rainha “terminou na quinta-feira com apenas uma proposta da Visabeira, que irá agora ser analisada pelo júri para ver se está em condições de ser admitida”, disse hoje à Lusa o presidente da Câmara das Caldas da Rainha, Fernando Tinta Ferreira.

O concurso público internacional, publicado em Fevereiro no Diário da República, estabelecia um prazo de 120 dias para que os investidores apresentassem propostas para a requalificação dos pavilhões e do edifício do Céu de Vidro para a criação de uma unidade hoteleira naquele património que se encontra em risco de ruína.

“Houve outras manifestações de interesse, mas apenas a Visabeira concretizou a proposta em que anuncia a intenção de ali construir um hotel de cinco estrelas”, revelou o autarca.

A proposta da empresa aponta, segundo autarca, para “um investimento de cerca de 15 milhões de euros” para a recuperação do imóvel centenário num hotel com 105 quartos, "cuja entrada poderá ser feita pelo contíguo edifício do Céu de Vidro", antigo Casino que foi nos últimos anos alvo de uma remodelação.

Depois do aval do júri, a empresa terá que apresentar um projecto que, após a aprovação pelas entidades competentes (Câmara e Direção Geral do Património) terá que arrancar num prazo de 180 dias.

A obra terá que estar concluída no prazo de dois anos e o concurso fixa ainda, como data limite para abertura do hotel ao público, o dia 2 de Dezembro de 2020.

Após um período de carência de cinco anos, o investidor pagará à autarquia uma renda de, no mínimo, 3.500 euros mensais.

À Lusa, Tinta Ferreira sublinhou “a relevância deste investimento” que, além da requalificação, permite “ao fim de mais de um século que os pavilhões tenham um uso parecido com aquele que Rodrigo Berquó [arquitecto] lhes quis dar”.

Projetados nos finais do século XIX por Rodrigo Berquó para internar aquistas e fazer da cidade uma verdadeira estância termal, os Pavilhões dos Parque nunca chegaram a cumprir essa função tendo, ao longo de mais de 100 anos, albergado um quartel militar, uma esquadra da polícia, escolas e uma biblioteca.

O Hospital Termal, o Parque [onde se integram os Pavilhões] e a Mata das Caldas da Rainha foram, em dezembro de 2015, concessionados à Câmara, que se comprometeu a gerir o património e investir, até 2020, 12 milhões de euros na sua recuperação.

Os edifícios foram no ano passado integrados numa lista de 30 edifícios públicos degradados que o Governo entendeu concessionar a privados, no âmbito do programa “Valorização do Património”.

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