Prisão não é justiça, diz campanha brasileira

A experiência chama-se “Realidade Visceral” — por oposição a realidade virtual (VR)— e faz parte da campanha “Encarceramento em massa não é justiça”. O país? O Brasil, onde mais de 622 mil pessoas estão presas, quase metade ainda à espera de julgamento (quatro em cada dez, para sermos mais específicos), mais de metade com menos de 29 anos. Os dados são do Infopen 2014 — Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias e servem de base à campanha de luta contra a massificação da prisão e as consequências que daí surgem: celas sobrelotadas e sem o mínimo de condições de higiene e segurança, direitos humanos esquecidos, lei ignorada. Para que a população perceba como é partilhar uma pequena cela com dezenas de reclusos, nada melhor do que os populares óculos de VR para um vídeo a 360 graus e o caso real de Emerson, que dividiu uma cela de nove metros quadrados com 40 presos durante quatro anos e meio. A campanha é o resultado de uma parceria entre a Rede Justiça Criminal e a agência de publicidade J. Walter Thompson Brasil, produzida pela Vetor Filmes. No site, além de dados estatísticos e relatos de quem viveu anos na prisão à espera de julgamento, é ainda possível assinar uma petição que deverá ser encaminhada para o Governo Federal brasileiro.