Um novo transporte público para quem tem pedalada

Estão a circular 100 bicicletas novas pelo Parque das Nações. O novo transporte de Lisboa já está a ser testado e o número de ciclistas voluntários que se podem inscrever é limitado.

Foto
A app ajuda a perceber onde há bicicletas disponíveis nas proximidades Nuno Ferreira Santos

A partir desta semana o serviço de bicicletas partilhadas da Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL) vai ser posto à prova no Parque das Nações. Lisboa Bike Sharing é o nome provisório deste novo transporte público que, durante cerca de um mês, será grátis para os voluntários que gostem de dar ao pedal.

Para dar uma volta no projecto-piloto, o primeiro passo é a inscrição no site www.lisboabikesharing.pt. Depois de receber uma resposta, por email, com um nome de utilizador e uma palavra-passe, o ciclista tem de iniciar sessão na aplicação para smartphones, a “Lisboa Bike Sharing”. Após escolher a estação que mais lhe convém, desbloqueia a bicicleta da doca através do telemóvel e, a partir daí, o necessário é ter pedalada durante, no máximo, trinta minutos.

Perto do destino estará uma estação para encaixar a bicicleta. Esse é o momento de realizar a parte mais importante para esta fase do projecto: avaliar a experiência e fazer recomendações. Depois, aí sim, o utilizador fica livre e a bicicleta pronta para ser activada por outro ciclista. “É um novo meio de transporte mais despreocupado, saudável e limpo”, explica Luís Natal Marques, presidente do Conselho de Administração da EMEL.

No total, e depois de estar concluída a fase experimental do serviço, as ruas da capital vão ter mais 1410 bicicletas em circulação ou estacionadas por 140 postos espalhados pela cidade. Para quem está habituado ao exercício físico, estarão disponíveis 470 bicicletas convencionais e, a pensar em quem tem menos resistência ou não quer suar nas subidas mais a pique, estarão acessíveis 940 bicicletas eléctricas.

Estas bicicletas não são de lazer, mas sim de transporte, daí o seu tempo de utilização ser curto. A lógica do serviço é a seguinte: quem escolher a modalidade mensal (15€) ou anual (25€), pode andar 30 minutos de cada vez que tira uma bicicleta da estação até “atraca-la” noutra doca.

Essa viagem custa 10 cêntimos se for feita numa bicicleta convencional ou 20 cêntimos numa eléctrica, tendo que ficar parada no mínimo 15 minutos até à próxima partida. ““Não há nenhum sistema de bicicletas partilhado no mundo que seja lucrativo”, explica Luís Natal Marques. “O investimento foi feito com os lucros do estacionamento, multas e parques da EMEL, a pensar nos benefícios para o ambiente”, acrescenta.

Se o utilizador for um verdadeiro ciclista, ou seja, se usar o serviço mais de 40 vezes, deixa de pagar os 10 ou 20 cêntimos por viagem, sendo-lhe apenas cobrado o custo fixo (mensal ou anual). Uma outra modalidade disponível, e criada a pensar nos turistas, é a diária (10€). Neste caso, é possível pedalar durante uma hora seguida e não se paga por cada vez que se usa a bicicleta outra vez. Além disso, o tempo mínimo do intervalo entre viagens passa a ser de trinta minutos.

A aplicação, georreferenciada, permite ver que estações mais próximas têm bicicletas disponíveis. Quando o símbolo está mais preenchido de azul, significa que tem muitas bicicletas disponíveis e se, por outro lado, estiver mais preenchido de branco, é sinal que é melhor ir buscar a outra.

A EMEL investiu 23 milhões de euros num contrato de nove anos com a fornecedora de bicicletas Órbita. 

 

Sugerir correcção
Comentar