Os mais estranhos acessórios de beleza made in China

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"Esta estranha obsessão com a aparência pode ser muito engraçada e incrivelmente triste ao mesmo tempo", disse em entrevista ao P3 a fotógrafa letã Evija Laivina, autora do projecto "Beauty Warriors", que consiste numa colecção de retratos de mulheres que demonstram acessórios de beleza pouco convencionais. Evija adquiriu todos os artigos através do Ebay; são quase todos provenientes da China e prometem corrigir instantaneamente todos os defeitos sem recurso a intervenção cirúrgica. O primeiro artigo de beleza que fez suscitar o interesse da fotógrafa pelo tema foi um adelgaçante facial ("face slimmer"). "Descobri que existem coisas muito interessantes: bandas anti-duplo queixo, corrector de pálpebras ou de sorriso, modeladores de nariz, máscaras anti-rugas..." Comprou os mais interessantes e deu início à série de retratos que pretende, no futuro, compilar em formato de fotolivro. Quase todos os produtos se revelaram muito desconfortáveis e nada eficazes, refere. "Por exemplo, a máscara preta que usei num dos retratos era mesmo dolorosa e deixou marcas na cara da modelo durante dez minutos. E, tal como seria de esperar, não notei quaisquer diferenças positivas nas modelos depois da utilização dos produtos. O modelador de nariz, por exemplo... Como é que um pedaço de plástico poderia alterar permanentemente a forma do nariz de alguém?" Com este projecto, Evija Laivina quer demostrar "quão longe as mulheres estão dispostas a ir em nome da beleza standardizada". "As mulheres mais afortunadas, aquelas que têm dinheiro suficiente, podem recorrer à cirurgia plástica e colocar implantes, Botox, fazer lipoaspirações e outras correcções; as mulheres que não têm essa possibilidade sentem-se desesperadamente tentadas a experimentar um sem-número de soluções rápidas, em segredo, que prometem resolver 'problemas' de forma barata. Acho que as pessoas que compram estes produtos sabem, no fundo, que são inúteis, mas que o sonho e a promessa de mudanças instantâneas se sobrepõem ao senso comum." É por isso que, apesar da sua ineficácia, "continua a existir um grande mercado para estes produtos".