Cartas ao Director

Como foi possível?

O incêndio de Pedrógão tem que, a nós portugueses, colocar algumas interrogações. Uma das competências do Estado é a protecção dos seus cidadãos, mal do Estado que deixe de merecer a confiança do seu povo.

Quanto ao terrível incêndio de Pedrógão, não basta o PM deslocar-se (à posteriori) à Sede da Protecção Civil; a sua acção e a do Estado que representa, deveria ter-se dado à anteriori. Qualquer cidadão antevia que num cenário de temperaturas extremas algo de grave poderia acontecer e, a Protecção Civil, tendo à cabeça o Ministro(a) da Administração Interna, deveriam ter estado em estado de prontidão. Uma pergunta (talvez injusta): porque não foram encerradas as estradas ao trânsito lavrando um incêndio daquelas dimensões? Este caso – de incompetência aparente – assemelha-se, pelas suas consequências, ao terrível incêndio de Londres e, cá como lá, a culpa não pode morrer solteira, esse é o verdadeiro respeito que nos merecem as famílias em sofrimento!

Um Estado simpático, o Estado das 35 horas; dos feriados e pontes; das reformas sem penalizações; do encaixe dos boys do partido e familiares de ministros, não pode ser um Estado competente; podem, nas televisões os seus representantes apresentarem o melhor dos sorrisos, ou, nestes casos dramáticos, fazerem um ar pesaroso, mas, no fim do dia, o que se lhes exige é competência!

Ezequiel Neves, Lisboa

Tragédia em Pedrógão Grande

“Estamos perante a maior tragédia que temos vivido”. As palavras de António Costa não chegam para combater as chamas que fazem de Pedrógão Grande, no distrito de Leiria o “concelho do inferno”, com dezenas de mortos e casas destruídas. O show-off do chefe do Governo a anunciar os números da economia nacional devia incluir modelos de financiamento para a compra de aviões anfíbios Beriev B-20 de combate a incêndios com capacidade para transportar 12 toneladas de água. Que os anjos protejam os bombeiros e as populações de Mosteiro, Vila Facaia, Coelhal, Escalos Cimeiros, Regadas e Graça.

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

Políticos todos, unam-se pelo país

Logo após esta terrível tragédia em Pedrogão Grande, depois de tantas Mortes/ HUMANAS, chegou o preciso momento de todos os Partidos e Movimentos Políticos se unirem pelo País, com o País, e deixem-se neste momento de querelas e de propaganda política.

O tempo é de unidade com vontade e com conteúdo pelo País, com o País, e não de lutas de jardins e quintais, de egoísmos politiqueiros ou outros, próprios de campanhas eleitorais. Unam-se, falem pelo País, não falem pelos interesses próprios, pessoais, partidários.

Claro que têm e devem ter diferenças, mas se deixarem o País arder, os portugueses morrer, não terão de certeza futuro.

Tiveram todos um ano – tantos, tantos anos – para se fazerem melhores, para fazerem melhor pelo nosso País, nem que fossem actores de adversidade aos incêndios. Não foram, não conseguiram.

Falaram todos tanto, criticaram tanto, mas, não resultou, como seria de esperar, infelizmente!

Estamos num momento trágico para demasiadas Pessoas no nosso País. Temos mortes, Pessoas , a mais. Temos familiares a perder os seus entes queridos. Temos um momento dificílimo. Haja humanismo, haja solidariedade, haja empenho em fazerem todos e cada um muitíssimo mais pelo País, com o País, e não por si e só por si.

Falem todos muito pouco, deixem a críticas para mais tarde, e actuem, apaguem incêndios – se necessário for e no sentido mais lato do termo, e das consciências de cada um - , façam, façam, empenhem-se em ajudar com e pelo nosso País.

Espera-se que esta tragédia seja finalmente o ponto certo para todos e cada político demonstrar que estão e são pelo nosso País, e não só pelos seus Partidos, pelas suas vontades pessoais, e façam-se pelo País.

E temos o exemplo muitíssimo positivo do nosso Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que esteve humanamente no local.

Suspendam-se algumas festas e festividades locais – por todo o País em todo o País –, partidárias e até de datas comemorativas/festivas que fazem fogos nas cidades e fora das cidades, encaminhem-se os custos e despesa com essas festividades, para ajudar quem neste momento de tanta ajuda.

Deixemo-nos de egoísmos, individualismos, de dizer mal, e ao ajudar, ajudemos – de uma vez por todas – a fazer um País melhor.

Deixemo-nos de notícias sensacionalistas, no local em directo e a cores, de horas e mais horas e mais horas, com, comentadores e mais e mais comentadores, à custa deste trágico momento e façamos todos mais para este País e com cidadania outros idênticos, evitar. Ou não!

Augusto Küttner de Magalhães, Porto

Para os governantes...

...em 12 de Agosto de 2016, neste espaço do Público, escrevi, com o título acima indicado, um texto relacionado com a calamidade, dos fogos descontrolados no centro e Norte do país. E mais adiante criticava o Governo, de não solicitar ajuda internacional. (...) Bom, esta madrugada, em Pedrogão Grande, houve muitas mortes provocadas pelo fogo, havendo já muitas críticas pela escassez de meios aéreos. Encerrava as minhas linhas, dizendo: “Dr. António Costa, por favor faça qualquer coisa, em prol do fim desta calamidade; se não tem um Ministério da Administração Interna competente, invente outro, pois o que está a acontecer é uma vergonha (...) O primeiro-ministro, não fez nada, e a Senhora Dona Constança de Sousa, lá continua à frente daquele ministério...  (…).”  Dr. António Costa, por favor, dê um murro na mesa, e “despeça” esta Senhora. Estamos ainda em Junho, quando chegarmos a Agosto, se não se tomar medidas drásticas, muitas pessoas morrerão (...).

Tomaz Cardoso Albuquerque, Lisboa

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