“O terrorismo assume várias formas”, diz May após ataque em Finsbury Park

Balanço oficial dá conta de um morto e dez feridos, dois dos quais em estado grave. Primeira-ministra condena ataque contra muçulmanos e denuncia islamofobia.

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“Hoje voltamos a unir-nos, como fizemos antes, para condenar este acto", disse May Sean Dempsey/EPA

A primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmou que o ataque da noite passada junto a um centro muçulmano em Finsbury Park, na zona Norte de Londres, mostra que “o terrorismo assume várias formas”, mas um mesmo objectivo – dividir o país e fomentar o ódio. Segundo o último balanço, o ataque – perpetrado por um homem que lançou uma carrinha contra um grupo de pessoas – fez um morto e dez feridos, dois dos quais em estado grave. 

“Hoje voltamos a unir-nos, como fizemos antes, para condenar este acto e afirmar uma vez mais que este tipo de ódio e a maldade não serão bem-sucedidos”, disse May, sublinhando que o atentado “visou muçulmanos britânicos no momento em que deixavam a mesquita, tendo quebrado o jejum e rezado juntos neste tempo sagrado do ano”, a uma semana do fim do Ramadão.

A primeira-ministra, que durante a manhã presidiu a mais uma reunião do comité governamental de resposta a situações de crise (Cobra), adiantou que as informações disponíveis indicam que o atacante – um britânico de 48 anos que terá gritado “quero matar muçulmanos!” antes de ser manietado por transeuntes – terá agido sozinho.

O suspeito, inicialmente detido por suspeita de tentativa de homícidio, foi  já esta segunda-feira à tarde indiciado pelos crimes de "concretização, preparação e instigação de actos terroristas, incluindo homicídio".

May revelou ainda que foi já reforçada a presença policial em Finsbury Park, uma zona de grande concentração da comunidade muçulmana em Londres, e as autoridades estão a reavaliar a necessidade de aumentar o dispositivo de segurança em redor das mesquitas, pelo menos até ao Eid al-Fitr, as celebrações que assinalam o fim do mês sagrado para os muçulmanos. Reafirmou ainda a decisão, já anunciada após o ataque que matou oito pessoas na London Bridge, no centro de Londres, de rever a estratégia nacional de contraterrorismo, para reforçar os meios das autoridades “no combate ao extremismo, em todas as suas formas, incluindo a islamofobia”.

Também Jeremy Corbyn, o líder da oposição trabalhista que vive a poucos metros do local do ataque e representa desde 1983 o círculo que engloba a área, visitou durante a manhã o local, declarando-se chocado com o incidente e anunciando que irá participar esta segunda-feira na celebração que se realizará na vizinha mesquita de Finsbury Park. “Peço a toda a gente que se una contra aqueles que nos querem dividir”.

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